Baseada na obra de Eugène Ionesco, “Os Javalis” leva ao Teatro Glaucio Gill uma irreverente e bem-humorada metáfora sobre a massificação da informação

Baseada na obra de Eugène Ionesco, “Os Javalis” leva ao Teatro Glaucio Gill uma irreverente e bem-humorada  metáfora sobre a massificação da informação

Foto: Marcio Freitas

Baseada na obra de Eugène Ionesco, “Os Javalis” leva ao Teatro Glaucio Gill uma irreverente e bem-humorada

metáfora sobre a massificação da informação

Com direção de Emiliano D’avila, espetáculo trata de temas como manipulação da informação, massificação e despersonalização

Com dramaturgia de Gil Vicente Tavares, o espetáculo “Os Javalis” estreia em 10 de janeiro no Teatro Glaucio Gill para curta temporada de quatro semanas. Livremente inspirada no clássico “O Rinoceronte”, de Eugène Ionesco, a peça trata de questões sociais de maneira irreverente e contemporânea. Dirigida por Emiliano d’Avila, a montagem é marcada pelo ritmo intenso e pelos momentos de humor, que vão do ácido ao patético, e surpreende ao confrontar dois personagens — vividos pelos atores Lucas Lacerda e Junior Vieira — expondo-os de maneira absurda e extraordinária às mais diversas condições: dúvida, insegurança, loucura, medo e solidão. As apresentações acontecem as quintas e sextas, às 21h, até 1º de fevereiro.

Em cena, um homem solitário tem sua casa invadida por um pretenso vendedor que, desesperado, anuncia o fim da humanidade que, segundo ele, foi devastada por javalis. Inicialmente desacreditado, o dono da casa começa a ser levado pelo discurso do vendedor e por eventos estranhos que acontecem em sua casa. A trama é conduzida por uma potencial ameaça que vem de fora, mas que em momento algum se revela ou é confirmada. Desconstruindo e edificando questões, essa situação entre tensão e humor é o estopim para as transformações que encaminham ambos os personagens a caminhos surpreendentes.

A concepção da direção é fortemente influenciada pelo cinema noir, projetada por elementos da iluminação de Fábio Espírito Santo e de João Gioia, além do cenário de Nello Marrese, que assina também o figurino, com referenciais contemporâneos. A trilha sonora Ricco Viana foi composta especialmente para a montagem, com inspiração em filmes de ação.

O diretor Emiliano d’Avila evidencia a atualidade da trama que destaca o perigoso e potente poder de transformação e coerção de um discurso: “É uma obra que não propõe ideias ou respostas prontas e que permite aos espectadores os mais variados níveis de interpretação. Numa leitura sociológica, o texto faz uma crítica ao terrorismo – que amedronta e coage – e ao conformismo que, criando condições de submissão a uma ordem absurda, transforma o homem em uma verdadeira marionete. Inerte, ele renuncia àquilo que lhe é mais essencial e que o diferencia das demais espécies animais: a capacidade de raciocínio”, afirma.

Para o ator Lucas Lacerda, que também assina a direção de produção de “Os Javalis”, aponta que o texto questiona a evidente histeria de ideias, notícias falsas e ameaças que culminam na perda de referências e identidade do ser humano. “A invasão dos javalis é uma grande metáfora do que estamos vivendo hoje em dia. Essa ideia caótica, e ao mesmo tempo absurda, coloca em questão a disseminação de ideias falsas que faz com que duvidemos até de nossas próprias crenças”, conclui. Em consonância, o ator Junior Vieira acredita que “a violência está na invasão do outro, na palavra manipulada e nas ideias deturpadas sobre a fragilidade de cada um”, completa.

SERVIÇO

“OS JAVALIS”

Temporada: 10 de janeiro a 1º de fevereiro – quinta e sexta, às 21h

Local: Teatro Glaucio Gill – Praça Cardeal Arco-Verde s/n, Copacabana.

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Informações: (21) 2332 7904

Classificação: 12 anos. Capacidade: 100 lugares. Duração: 60 min.

 

FICHA TÉCNICA

Texto: Gil Vicente Tavares

Direção: Emiliano d’Avila

Elenco: Lucas Lacerda e Junior Vieira

Direção de Produção: Lucas Lacerda

Desenho de Luz: Fábio Espírito Santo e João Gioia

Cenário e figurino: Nello Marrese

Trilha sonora original: Ricco Viana

Assistência de direção: Natália Rosa

Realização: O Padrinho Produções Artísticas

Produção Executiva: Julia Kruger

Programação visual: André Senna

Fotografia: Marcio Freitas

Assessoria de imprensa do espetáculo

Catharina Rocha :: Máquina de Escrever Comunicação

catharocha@gmail.com | (21) 99205-8856 | 2587-2402

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

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