“Stand Up Drama” reúne quatro peças dentro do projeto Multiplicidade, da Cia. Portátil, durante os meses de janeiro e fevereiro.
Letícia Sabatella, Márjore Estiano, Alexandre Nero, Fabiula Nascimento, Katiuscia Canoro, Fernanda Machado, Leonardo Miggiorin são apenas alguns dos vários artistas que se formaram e iniciaram suas carreiras em Curitiba (PR) e saíram para conquistarem seu espaço no Rio de Janeiro. Todos esses nomes citados acima, ou trabalhou, ou assistiu a Cia Portátil de Curitiba. Conhecida por abrigar um dos mais respeitados festivais de teatro do país e por sua grande efervescência artística, Curitiba estará em destaque nos meses de janeiro e fevereiro no porão da Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema. Dirigida por Rafael Camargo, a Cia. Portátil apresentará quatro peças intituladas pelo grupo como “Stand up drama”, uma brincadeira com os stand up comedys que conquistaram o público de alguns anos para cá.
Stand Up Drama é a linguagem mote da mostra multi processador que acontece na casa de Cultura Laura Alvim em janeiro e fevereiro de 2014. O Teatro da inação, nomina esta pesquisa, a economia e a densidade forjam as interpretações, apenas o necessário no palco pulsa.
“Pessoalmente Fernando” Abre a mostra, Escrito pelo diretor e dramaturgo Edson Bueno, compila poemas e textos do grande poeta português Fernando Pessoa.
Encenado pelo premiado ator, diretor e dramaturgo Paranaense Rafael Camargo, o espetáculo propõe um Stand Up diferenciado, o drama é o foco. Reforçado pela trilha melancólica de Carlos Careqa recheada de Tom Waits, e uma versão inédita de “Ladeira da memória” cantada por Chico Buarque.
“A Anta de Copacabana” texto e direção de Rafael Camargo, encenada por Adriano Petermann, trata-se de uma metáfora de questões existenciais, narra a angustia de um morador imaginário do universo de Copacabana, reminiscente a Nelson Rodrigues, Clarice Lispector e invisíveis moradores de rua.
Um loop especialmente composto para o espetáculo, utiliza a seguinte frase de Nelson Rodrigues,” Foi o que lucrei com a minha doença, com esta certeza, a Alma é imortal.”
Com esta certeza trabalha este grupo de artistas que trabalha sem lei de incentivo e patrocínios, trazendo pesquisa, diversão e arte. Bebendo em Paulo Leminski pensam eles:” Distraídos Venceremos”.
O terceiro espetáculo da mostra, “Dona MacBeth”, Com os atores: Amandha Lee, Joelson Medeiros, Stella Maris Moreira, e Zeca Cenovicz, trás o espírito de Lady MacBeth como fonte de inspiração. Neste ensaio do dramaturgo e diretor Rafael Camargo, utilizou fragmentos de falas reinventadas da personagem criada por Wiliam Shakespeare e textos originais sobrepostos, desenhando um caminho de diferentes proporções e olhares sobre pessoas, escolhas, desejos, a natureza humana e o acaso.
– Vamos fazer praticamente uma ocupação curitibana no verão carioca para apresentarmos o trabalho de muita gente talentosa de Curitiba e de alguns novos parceiros que conhecemos aqui no Rio e em São Paulo que é o caso de Carlos Careqa, um “Catarina” que fez carreira em Curitiba e a mais de 10 anos mora em São Paulo . Temos muitos amigos que atualmente moram no Rio e São Paulo que já passaram pela companhia”, conta Adriano Petermann, que além de ator e diretor é um dos organizadores do projeto.
A estreia acontece dia 10 de janeiro com a peça Pessoalmente Fernando, uma adaptação de poemas de Fernando Pessoa feita por Edson Bueno e apresentada e dirigida por Rafael Camargo. Ainda serão apresentados os monólogos A Anta de Copacabana (tex. E dir. Rafael Camargo com Adriano Petermann), Dona Macbeth (Texto e direção Rafael Camargo, com Amandha Lee, Joelson Medeiros, Zeca Cenovicz e Stella Maris Moreira). Dentro do projeto Multiprocessador ainda acontecerá o pocket show “O Passado é um fósforo queimado”, com a cantora Ana Cláudia Decker e o compositor Márcio Mattana.
Morei durante dez anos no Rio e tenho um carinho muito grande por essa cidade. Realizar o Projeto Multiprocessador e participar dos “Stand up Dramas” feito pela Cia. Portátil de Curitiba, aqui no Rio de Janeiro, é uma forma de retribuir aos cariocas um pouco do que eu aprendi com eles.”, diz Rafael Camargo.
Pessoalmente Fernando
Texto: Edson Bueno – Adaptado dos poemas de Fernando Pessoa
Direção: Rafael Camargo
Com Rafael Camargo
Temporada: 10/01 a 02/02 – Sexta, sábado e domingo às 18h30
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 40 min.
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.
Suave adaptação do dramaturgo Paranaense Edson Bueno sobre a obra de Fernando Pessoa. A alma de “Pessoalmente Fernando” nasceu dos textos de Fernando Pessoa e de seus heterônimos (Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos). É um espetáculo minimalista, pequeno e delicado, que mostra a relação visceral que o escritor teve com a vida. Memórias presentes. Fernando precisa retornar a casa em que viveu sua infância e onde despertou seu olhar para a poesia. O lugar agora é um retrato de sua própria solidão existencial. Não queria estar ali, mas está. Não gostaria de lembrar o passado, mas a presença da construção abandonada o obriga. Em um golpe do destino, sua própria poesia, palavra e imaginação trazem, na forma de criação literária, personagens mortos e de pura invenção para um reencontro com o passado e uma reflexão lúdica com o próprio presente. O texto tem como tônica a solidão do personagem, que foge de uma vida medíocre para outra e não consegue se livrar da mediocridade interior. A peça relata ainda a história de um homem que só conseguia se comunicar com o mundo por meio de algo que ele inventou para fugir dele mesmo.
A Anta de Copacabana
Texto e direção: Rafael Camargo
Com Adriano Petermann
Temporada: 17/01 a 23/02 – Sexta, sábado e domingo às 21h30
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 40 min.
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.
A Anta de Copacabana , Tantã e o Guarda Noturno, fazem parte de uma trilogia sobre a solidão, “loucura”, a existência e sua condição.O dramaturgo Rafael Camargo expõe o trágico e o bizarro humano nessa empreitada. O texto discorre sobre a bela, mágica, e por vezes triste passagem que se chama viver, se deparando com pequenas e simples questões, mas que miseravelmente não se tem respostas. É uma espécie de divertimento sádico, um prazer humano, que acha graça da própria ferida; tentando quem sabe, exorcizar estes fantasmas que rondam por toda a vida e por toda a morte, talvez.A Anta de Copacabana fala sobre o surto. Como uma criança a loucura quebra regras, convenções e desvela a estúpida hipocrisia do cotidiano. Obcecado pelo tão carismático bairro do Rio, Copacabana, aprisionado em sua existência, o morador do bairro vive num emaranhado de lembranças e divagações, a espera de um sinal que o liberte. Um tanto de filosofia, delírio, poesia e agressividade pontuam o discurso, permeando o universo assustador e mágico que é a loucura, a vida e a morte. Uma metáfora sobre nossas prisões, sobre a falta de coragem de mudar, de partir. Um comentário poético sobre o apego que é viver. Este texto estreou em 99 no Rio de Janeiro, ficou em cartaz no teatro Casa Grande, em 2000 São Paulo no Sesc consolação, 2001 abriu o festival nacional de Cachoeiro do Itapemirim, 2002 foi destaque do fringe no festival de Curitiba, 2003 festival de inverno da UFPR em Antonina, e temporada em Curitiba no Teatro Cleon Jaques.
Dona Macbeth
Texto e direção: Rafael Camargo
Com Amandha Lee, Joelson Medeiros, Zeca Cenovicz e Stella Maris Moreira
Temporada: 24/01 a 23/02 – Sexta, sábado e domingo às 20h
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 50 min.
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.
O espírito de Lady MacBeth, personagem criado por William Shakespeare, pulsa como entidade e inspiração neste ensaio do dramaturgo e diretor Rafael Camargo. Paixões, ambições desmedidas, assassinatos, tragédias e escolhas por vezes sombrias e nem sempre legítimas ou acertadas, constroem um fotograma de conflitos humanos e sua busca por algum tipo de saída.
A força da vida, da sobrevivência, da existência, das convivências, dos amores e desamores, constroem o pano de fundo para uma reflexão sobre o homem, as conquistas, o poder e seu preço.
Fragmentos de falas reinventadas de Lady MacBeth e textos originais, sobrepostos, desenham o caminho de diferentes proporções e olhares, sobre pessoas, escolhas, desejos, a natureza e o acaso.
O sobrenatural, representado por seres espectrais místicos, num insistente bordão- por mais contraditório que possa parecer- nada mais é que uma busca de racionalidade, de um tipo de consciência, de uma moral, ou simplesmente de uma ética mínima. O extraordinário criado pelo homem para orientá-lo.
Ainda que caminhando a aparentes passos largos, em jatos supersônicos, engatinhando parece estar o homem, bem longe de uma ideia de humanidade solidária e serena como deseja a frágil e ingênua utopia do autor.
Modesta Proposta para evitar que as crianças do Rio de Janeiro sejam um fardo para seus pais ou para sua cidade.
Texto: Jonathan Swift
Traduzido e adaptado por Fabio Salvatti
Direção: Adriano Pertermann
Com Carlos Carega e Stella Maris Moreira
Temporada: 14/01 a 23/02 – Sexta, sábado e domingo às 18h30
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 40 min.
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.
Na Irlanda de 1729, obviamente, os meios de produção, os objetos de consumo e a realidade cotidiana eram bastante diversos daqueles com os quais convivemos hoje, no Brasil contemporâneo. No entanto, a miséria das ruas da Dublin de então infelizmente coincide com a das grandes cidades brasileiras.
Militante político, o escritor Jonathan Swift (famoso por As viagens de Gulliver), indignado com a penúria da sociedade irlandesa, escreveu naquele ano um breve ensaio, chamado A Modest Proposal for Preventing the Children of Ireland from Being a Burden to their Parents or Country. Nele, Swift lançava mão da ironia, recurso que dominava com maestria. Sua “modesta proposta” tinha um caráter de eugenia social: através de uma proposição radicalmente grotesca, buscava atentar para a necessidade de uma eficaz modificação na estrutura da sociedade irlandesa.
Tanto a infeliz recorrência da situação de penúria quanto a infeliz plausibilidade da irônica proposta de Swift são as justificativas que suportam a idéia de adaptar para a nossa cena o ensaio do escritor irlandês, nascido em 1667 e falecido em 1745.
A presente encenação relocaliza a Modesta Proposta na cidade do Rio de Janeiro, com sua especificidade contemporânea. Aproveitando o viés da ironia, a única figura em cena (não podemos falar em personagem) é uma mendiga grávida que aproveita o tempo do seu discurso para preparar um suculento bife, a ser comido numa luxuosa mesa posta.
Pocket show “O Passado é um fósforo queimado”
Data: 7, 8 e 9 de fevereiro às 18h
Valor: R$ 30,00 (inteira)
Classificação: 14 anos.
Duração: 90 min.
Local: Casa de Cultura Laura Alvim – Espaço Rogério Cardoso. Avenida Vieira Souto, 176 – Ipanema.
O público poderá conferir a performance dos músicos e compositores Márcio Mattana e Ana Cláudia Decker no show “O passado é um fósforo queimado”. O espetáculo é centrado em canções populares de Márcio Mattana e outros compositores Curitibanos contemporâneos, entre eles Troy Rossilho, Octavio Camargo, Adriano Petermann, Ana Cláudia Decker, Thadeu Wojciechowski e Luiz Felipe Leprevost. No programa, sambas, emboladas, blues, valsas e toadas, entremeados por prosa e poesia dos mesmos autores. Sobe o palco, a cantora Ana Cláudia Decker (voz e percussão) e o compositor Márcio Mattana (voz, violão) juntam-se a eles algumas participações especiais, como por exemplo Guilherme Winter e Adriano Petermann cantando uma canção inédita composta pelos dois, já confirmados.
SOBRE A CIA. PORTÁTIL
Desde a fundação do grupo, em 2000, o elenco da Cia. Portátil vem apostando em ser co-autor de sua própria dramaturgia. A vontade de falar sobre temas da atualidade e de construir uma linguagem de teatro popular para os tempos de hoje são os principais motivos desta escolha, que já gerou trabalhos de sucesso.
Em dezembro de 2000 estreamos o espetáculo “As Fabulosas” com texto e direção de Rafael Camargo, no Mini-Guaíra. Com grande sucesso de público e críticas, nos tornamos a sensação doFringe na edição 2001 do Festival de Teatro de Curitiba. Sendo assim, fomos convidados, em 2002, a integrar a Mostra Contemporânea do Festival de Teatro de Curitiba daquele ano, com o espetáculo “Lingüiça no Campo” texto coletivo improvisado pelo grupo e direção de Rafael Camargo. Logo depois em 2003/2004, administramos durante 18 meses a Residência Cultural no bairro do Rebouças denominada “Multiprocessador” onde desenvolvíamos pesquisa, diversão e arte para toda a comunidade curitibana, mas principalmente as comunidades mais próximas como o próprio bairro do Rebouças e Vila Pinto. Oferecendo oficinas de arte, filmes, livros, teatro, música e muita celebração. O Resultado de tudo isso se transformou em um espetáculo. Surgiu então, “Preta-Porquê” texto coletivo improvisado pelo grupo e direção de Rafael Camargo, entrando para o repertório daCompanhia. Ocupamos também em 2003, o Teatro Cleon Jaques com “Lingüiça no Campo” e “As Fabulosas” e mais dois monólogos dirigidos por Rafael Camargo, “A Anta de Copacabana” e “As Sete Cartas de Sofia”. Permanecendo quase três meses em temporada, oferecendo teatro com o repertório de uma Companhia quase que diariamente a preços populares. Levamos também “As Fabulosas” para São Paulo, Festivais do Sul do País e junto com “Preta-Porquê” em 2004 para a cidade do Rio de Janeiro. Em 2004 ainda participamos do evento de Leituras Dramáticas do Teatro Guaíra “Amigos dos amigos” com a leitura do texto “Elizaveta Ban” do dramaturgo russo Danil Charms e direção de Márcio Mattana. Em 2005 participamos, na cidade do Rio de Janeiro, doMercadão Cultural realizado no Teatro Carlos Gomes com o esquete cômico “Café Andaluz” deAlejandro Calderer. Em 2010 realizamos uma espécie de junção da Velha Guarda e demos início aoColetivo Portátil do Theatro de Alumínio, com o espetáculo Amoradores de Rua (2010). Depois fizemos com o Coletivo Portátil, End e Uma entre Mil Histórias de Amor (2011), O Buraco da Fechadura (2012) E agora Rafael Camargo e o Coletivo Portátil do Theatro de Alumínio está em cartaz em Curitiba no Teatro Novelas Curitibanas com Cronópios da Cosmopista – um antimusical psicodélico. Em 2013 A Cia. Portátil também realizou em Curitiba o espetáculo Zequinha Pop com a primeira direção profissional de Andréa Obrecht.
#VemProTeatro!
Luz!
Lu
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