Sergio Menezes

Sergio Menezes

Ele estreou na TV em 1999 como o Jesus da novela “Força de Um Desejo” da Rede Globo, mas a paixão pela arte vem desde os tempos de colégio. Confira entrevista com o ator e diretor Sergio Menezes, que reestreia essa semana no Theatro Net Rio, o musical “Ou Tudo Ou Nada“.  No mesmo dia, o diretor também estreia o drama  “A Última Festa Antes do Fim do Mundo” no teatro Cândido Mendes, espetáculo que assina a direção (clique AQUI ).

DMJ: Sergio, Quando decidiu que queria ser ator?

Sergio: Ainda no fim do ensino fundamental, quando ouvia repetidamente de algum lugar perto da sala do colégio que estudava : …e ,5, 6, 7, 8…  Logo em seguida tocava ” on Broadway” de George Benson. Aquilo me deixou curioso, então descobri que aquela música era do filme ” All that jazz”.  Certamente  esse foi o começo da minha relação com a arte.

DMJ: Você integra o elenco do musical “Ou Tudo ou Nada”, que reestreia amanhã, 12 de janeiro,  no Theatro Net Rio. Como define o espetáculo?

Sergio: O espetáculo fala basicamente de superação com doses excessivas de bom humor e música de alto nível.

DMJ: Como se sente participando do elenco do musical que estreou na Broadway e já foi montado em mais de  20 países?

Sergio: Realizado. Como disse,  meu primeiro contato com a arte foi com um filme que fala desse universo. Sempre quis fazer alguma coisa em teatro com o selo Broadway.

DMJ: Conte-nos um pouco sobre o texto.

Sergio:  O texto conta a história de seis trabalhadores que no meio de uma crise econômica são demitidos. Um deles decide reunir outros cinco para driblarem a crise de uma forma criativa e surpreendente; se tornam stripers.

DMJ: Quais são as sensações que espera que o público saia do teatro?

Sergio: Inspirados. Estamos numa fase bastante incomum com a história de ” Ou tudo ou nada“. Talvez a ideia de montar essas peça pela primeira vez no Brasil seja uma proposta perfeita do Universo pra mostrar que com criatividade, bom humor e irreverência podemos achar saídas interessantes para solucionar a crise real.

DMJ: Algo marcante ou engraçado que aconteceu durante os ensaios ou bastidores do musical que gostaria de dividir com a gente?

Sergio: Sylvia Massari é uma grande atriz! O elenco muitas vezes é surpreendido pela genialidade dela. Sylvia é das atrizes que conseguem transformar o que seria uma falha em diamante. Digo isso porque musical é um gênero que as falhas não são possíveis. Só grandes mestres conseguem fazer limonada com metade de um limão. Muitas vezes o elenco em cena fica de espectador com  a habilidade dessa atriz.

DMJ: Você também dirige…

Sergio: Sim! Eu vou estrear uma peça no mesmo dia da reestreia de “Ou Tudo Ou Nada”. Chama-se “A Última Festa Antes do Fim do Mundo”, no Teatro Cândido Mendes, em Ipanema. Ficará em cartaz todas as terças de janeiro às 21:00. Eu estou dirigindo essa peça.

DMJ: A profissão de ator não é fácil. Em algum momento pensou em desistir?

Sergio: Muitas vezes! Penso sempre sobre os motivos que me levaram a esse envolvimento com a arte.

DMJ: Você atuou em “Politicamente Incorreto”. Fazendo uma analogia ao título da série e a sua profissão, acredita que o “Politicamente Correto” interfere na arte?

Sergio: Talvez essa seja a vantagem de ser artista. Penso que a criatividade na manifestação artística não deve ser limitada a conceitos.Evidente que estamos numa sociedade e o artista – comunicador inevitavelmente tem algumas responsabilidades nesse sentido, por isso o bom senso é bem vindo. Mas o politicamente correto pode ser discutido se é realmente “correto” nesse sistema global que algumas vezes se utiliza desse “correto” pra manipular e centralizar o poder. Portanto, talvez a arte tenha um papel importante no sentido de quebrar certas regras.

DMJ: Você morou  fora do país. Quais lembranças guarda dessa época?

Sergio: Morei em Berlin e Vancouver. Parte de minha família mora na Alemanha. Tenho lembranças excelentes de Berlin. Alemanha é um país sólido em vários sentidos e muito divertido. Tudo funciona de um jeito generoso com a sociedade. Vancouver é uma cidade linda. Fui pro Canadá pra resolver parte da minha relação com a língua inglesa.

DMJ: Como lida com a vaidade, a beleza e olhar dos outros sobre você?

Sergio: Sou meu único e maior aliado, mais posso ser meu pior adversário nesse sentido… rsrsr…

DMJ: Qual foi o maior desafio que enfrentou até hoje na sua profissão?

Sergio: Essa profissão é um desafio constante!

DMJ: Como é a sua relação com a internet e as redes sociais?

Sergio: Minha rede social nesse momento é totalmente profissional.

DMJ: Você enxerga algum tipo de dificuldade no reconhecimento multirracial da dramaturgia?

Sergio: Totalmente.

DMJ: Você foi roubado após ter ido parar na Favela usando um aplicativo Continua usando o app? Como aconteceu?

Sergio:  Tadeu Aguiar e eu fazíamos outra peça e fomos juntos para um teatro na baixada. O aplicativo nos deu uma rota alternativa e fomos parar no meio de duas favelas perigosas.  Sugiro que confiem no GPS em lugares conhecidos.

DMJ: A Comissão Parlamentar de inquérito (CPI) da Petrobras aprovou, no final de 2015, o relatório que isenta de responsabilidade, nas denúncias de corrupção na estatal, políticos investigados na Operação Lava Jato. Você tem esperança em relação ao fim da corrupção no país?

Sergio: Em geral sou otimista, mas quando se fala de política no Brasil é preciso uma dose significativa de realismo. Essa aprovação que isenta os responsáveis nas denúncias de corrupção é absolutamente irresponsável. Me faz pensar sobre o que está escrito na bandeira brasileira.  Estamos mais uma vez testemunhando um novo capitulo da decadência desse país. Precisamos de alguns Joaquins Barbosa com poder em ação.

DMJ: O que você acha da pacificação das comunidades do Rio?

Sergio: Precisaria perceber na prática pra entender de fato.

DMJ: Qual papel gostaria de interpretar?

Sergio: Seymour Krelborn do musical ” A pequena loja dos horrores”.

DMJ: Quais são os projetos para este ano de 2016?

Sergio: Segredo, por enquanto… rsrsrs.

DMJ: O que esta tocando na sua playlist

Sergio: Sempre R&B, house, soulful, jazz e soul. Especialmente Michael Jackson, Janet Jackson,  INCOGNITO, Banda Black Rio e Ed Motta.

DMJ: Uma frase

Sergio: ” o estar preparado é tudo”.   Hamlet

DMJ: Um lugar

Sergio: Qualquer lugar bem frio. Céu azul no verão com temperatura até 20 graus e inverno com muita neve.

DMJ: Um sonho

Sergio: Tocar piano como Stevie Wonder e Sérgio Mendes.

DMJ: Um medo

Sergio: Tenho tentado transmutar todos eles.

DMJ: Sergio Menezes por Sergio Menezes

Sergio: Estou sempre em movimento e tentando descobrir sobre novas possibilidades da minha existência nesse planeta.

DMJ: Sergio, muito obrigada para participar da nossa Janela

Sergio: Obrigado pelo convite, fiquei muito feliz! 

Galeria:

Leia também entrevistas com:  Sylvia Massari (clique AQUI), Tadeu Aguiar (clique AQUI) e Mouhamed Harfouch (clique AQUI)

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

4 Comments

  1. Avatar
    Dalia Leal
    12 de janeiro de 2016 at 20:04 Reply

    Luciana Leal, mto mto perfeita essa matéria! as perguntas foram bem oportunas, a entrevista enfocou a situação vigente em nosso Brasil varonil e é importante destacar q Sergio Menezes é exemplo de profissionalismo, capacidade, disciplina, e tiro o chapéu para suas atuações!

  2. Avatar
    José de Abreu
    13 de janeiro de 2016 at 09:36 Reply

    Muito boa a entrevista.

  3. Avatar
    Mila Oliveira
    13 de janeiro de 2016 at 09:36 Reply

    Eu vi “Ou Tudo ou Nada” e adorei. Vou conferir A Última Festa Antes do Fim do Mundo.

  4. Avatar
    Cadu
    13 de janeiro de 2016 at 09:41 Reply

    Excelente ator!

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