Os Desajustados com direção de Daniel Dantas estreia 28/03 no Rio

Os Desajustados com direção de Daniel Dantas estreia 28/03 no Rio

Foto: Murillo Meirelles

O Oi Futuro apresenta, de 28 de março a 19 de maio, a montagem inédita do espetáculo ‘Os Desajustados’, de Luciana Pessanha, direção de Daniel Dantas, com Cristina Amadeo, Felipe Rocha, Isio Ghelman, Tainá Müller e um(a) fotógrafo(a) convidado(a) a cada duas semanas.

Marilyn e Arthur estão recebendo Simone e Yves para jantar. A novidade da noite é a presença de um fotógrafo (uma participação especial a cada semana), convidado por Marilyn para registrar o encontro, cuja presença desagrada aos convidados. O que deveria ser um encontro entre amigos acaba se tornando um registro de olhares furtivos, ciúmes, inveja, desconforto, raiva e insegurança. Sentimentos normalmente representados na telona do cinema, mas jamais revelados na intimidade das grandes estrelas.

‘Os Desajustados’, baseado no ensaio fotográfico Millers e Montands, de Bruce Davidson, investiga as fronteiras entre o teatro e a fotografia, o público e o privado. Uma dramaturgia construída a partir de registros fotográficos de um jantar, que aconteceu na vida real, entre artistas ícones de uma época. Depois dessa noite, nada será como antes.

 

Sobre os Millers e os Montands

 

Os Millers eram Arthur Miller e Marilyn Monroe. Os Montands, Simone Signore e Yves Montand. Os casais já se conheciam e eram amigos. Mas o que parecia ser um jantarzinho grandes ambições, tinha muitos fios soltos a serem costurados.

Arthur e Marilyn haviam se conhecido em 1951, quando Marilyn estava no seu segundo divórcio e ainda era uma estrela em ascensão, e Miller já era um dos dramaturgos mais celebrados do mundo, com as peças ‘Morte de Um Caixeiro Viajante’ e ‘As Bruxas de Salém’ na sua bagagem. Foi amor, ou talvez atração, à primeira vista. Mas Miller era casado, e o reencontro dos dois só se deu anos depois, em 1956, quando logo se casaram.

O sonho de Marilyn era se tornar uma atriz dramática respeitada. Para isso ela vinha se dedicando há anos, a estudos com Lee Strasberg, do Actors Studio. O sonho de Miller era um ingresso pelo tapete vermelho nos estúdios de Hollywood. Além de belos e jovens, suas ambições eram talhadas um para o outro. Mas as coisas não saíram tão bem quanto o planejado. Na ocasião do jantar no Beverly Hills Hotel, Marilyn já havia passado por dois abortos naturais, duas depressões e uma tentativa de suicídio. E estava devendo uma comédia à 20th Century Fox, que ela não tinha desejo algum de filmar. Seu sonho era rodar ‘Os Desajustados’, escrito para ela pelo marido – o único trabalho assinado por Arthur Miller nos seus então quatro anos de casamento. Marilyn, já havia declarado à imprensa que: “Além de meu marido e de Marlon Brando, Yves Montand é o homem mais atraente que já conheci.” Então, presença de Montand no set de ‘Adorável Pecadora’, o filme que Marilyn devia à Fox, foi a única forma de fazê-la cumprir o contrato e se desimpedir para finalmente poder trabalhar com o marido e John Houston nas filmagens de ‘Os Desajustados’, o primeiro papel dramático de sua carreira.

Arthur Miller, por sua vez, estava exausto. Décadas depois da morte de Marilyn, ele declarou que o casal parecia ser formado por uma mulher doce, suave, um anjo que amava a vida; e um homem mais obscuro, dramaturgo, ligado aos dramas da existência. O que ele desconhecia na ocasião do casamento era a escuridão que se escondia no coração da mulher amada. A escuridão tomou conta da vida de um homem que pensava estar fugindo dela, ao se casar com a doce pinup, anjo travestido em deusa do sexo. E a essa altura ele estava exausto de noites em claro, barbitúricos misturados a álcool, depressões e até uma tentativa de suicídio. E viu no encontro da esposa com o astro francês uma oportunidade, uma janela, uma chance fugir de uma situação que estava acabando com sua saúde mental, e que até então parecia sem saída. Afinal, como seria considerado o homem que deixasse a mulher mais doce, sexy e mais amada do mundo?

Por outro lado, um pobre dramaturgo, abandonado pela deusa do sexo, por um símbolo sexual francês, o arquétipo do conquistador, estaria salvo, ao menos aos olhos do grande público, não estaria? O convite para estrelar Adorável Pecadora ao lado de Marilyn Monroe parecia perfeito. Simone Signoret tinha acabado de ganhar um Oscar com o filme Roon at the top. Estava em voga, chamando mais atenção do que o marido, e pensando em fazer carreira nos EUA, como Ingrid Bergman. Para Signoret, nada melhor do que encaminhar o marido em Hollywood.

E Yves Montand… Era um romântico, um apaixonado, um sedutor, um homem pronto para receber a deusa do sexo de braços abertos. Como realmente o fez. O que ninguém contava era com a força dos laços de um casamento francês, o amor de Montand por Simone Signoret, a maturidade dela ao lidar com o fato, o respeito à individualidade do outro, ainda que isso custe suas próprias vísceras expostas. Esse jogo de desejos e interesses está o tempo todo rasgando a delicadeza e elegância do jantar. Em pausas, olhares, silêncios e palavras. Numa espécie de ‘Quem tem medo de Virgínia Woolf’, com personagens reais, sob a mira de um artista: o fotografo Bruce Davidson, talvez o primeiro a entrar na intimidade de artistas, numa época em que o público ainda era separado do privado. E que, depois desse jantar, nunca mais voltou a ser.

FICHA TÉCNICA:

Texto: Luciana Pessanha

Direção: Daniel Dantas

Elenco: Cristina Amadeo, Felipe Rocha, Isio Ghelman, Tainá Müller e um(a) fotógrafo(a) convidado(a)

Direção de Produção: Tatiana Garcias

Textos Projeto: Aline Cardoso e Luciana Pessanha

Produção Executiva: Dayana Lima

Assistente de Direção: Luisa Espíndula

Sistema de vídeo: Corja

Cenógrafo: Marcelo Lipiani e Fernanda Vizeu

Figurinista: Marcelo Olinto

Iluminação: Renato Machado

Projeto Gráfico: Heleno Bernardi

Direção Musical: Alexandre Pereira

Direção de Movimento: Dani Lima

Visagismo: Dayse Teixeira

Assessoria de Imprensa: Daniela Cavalcanti

Fotos de Divulgação: Murillo Meirelles

Fotos de estudo e ensaio: Manu Tasca

Realização: Mera Semelhança Produções

SERVIÇO:

Local: Oi Futuro (Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo)

Telefone: 3131-3050

Horário: de quinta a domingo, às 20h

Ingressos: R$30,00 (inteira) | R$15,00 (meia)

Capacidade: 63 lugares

Duração: 70 minutos

Classificação: 14 anos

Bilheteria: de terça a domingo, das 14h às 20h

Vendas on-line: ticketplanet.com.br

Contato Ticket Planet: 2576-0300

Temporada: 28 de março a 19 de maio de 2019

Local: TEATRO SESI Centro (Avenida Graça Aranha, 1 – Centro)

Telefone: 2563-4164

Horário: quinta a sábado, às 19h | domingos, às 18h

Ingressos: R$40,00 (inteira) | R$20,00 (meia)

Capacidade: 338 lugares

Duração: 70 minutos

Classificação: 14 anos

Bilheteria: segunda a sexta, das 11h30 às 19h30. Sábados, domingos e feriados, quando houver atração, duas horas antes

Vendas on line: www.ingressorapido.com.br

Temporada: 13 de junho a 14 de julho de 2019

Patrocínio: Oi Futuro, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa e Lei Estadual de Incentivo à Cultura

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

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