Ronan Horta iniciou a carreira na televisão apresentando um programa ao vivo na TV Metrópole. Fez algumas participações em novelas e chamou atenção do país ao fazer o policial que prendia a “Bibi Perigosa” em “A Força do Querer”, da Rede Globo. Está no ar como o miliciano Cabo Góes em “Malhação” e em paralelo, dirige um documentário sobre conscientização e sustentabilidade. É com ele que conversamos agora.
NJ: Ronan, você iniciou a carreira como apresentador na TV Metrópole. Como foi parar nas novelas?
Ronan: Foi uma experiência incrível poder apresentar um programa diário ao vivo pela TV Metrópole, foi uma das melhores escolas que tive para evoluir artisticamente. Quando a TV Metrópole foi vendida eu tinha me formado em teatro e me mudei para o Rio. Foi aí que comecei a explorar o mercado como ator e fazer novelas. Mas na verdade, nunca parei de apresentar programas e eventos, está no meu DNA e estou planejando um projeto novo independente para apresentar um programa sobre assuntos “do bem”.
NJ: Você está no ar em “Malhação – Toda Forma de Amar” como o miliciano Cabo Góes. Como se preparou para o personagem?
Ronan: Basta ligar a TV e a milícia é assunto diário do jornal carioca. Além disso, tive a oportunidade de fazer um curso de dublê e atuação para me preparar para eventuais cenas de ações com armas e luta.
NJ: O sociólogo José Cláudio que estuda as milícias há 26 anos declarou que “ no Rio de Janeiro a milícia não é um poder paralelo, é um Estado”. Após estudar sobre as milícias para compor o personagem, como você avalia essa declaração?
Ronan: É uma realidade. Infelizmente o Estado é corrupto na sua fonte, mas eu penso que o Brasil está passando por mudanças nesse “DNA”. Vai ser um processo longo, mas se cada um fizer sua parte para mudar essa atmosfera frenética que rege o Rio de Janeiro, vamos conseguir melhorar. A arte e educação ligadas a oportunidade, são fontes essenciais para a mudança.
NJ: Como foi a sua participação na novela Verão 90?
Ronan: Foi uma experiência maravilhosa participar dessa novela, uma das que mais gosto e assisto, Jorge Fernando é genial e contracenar com Claudia Raia foi uma escola incrível, ela é uma artista completa e exemplo pra todos nós
NJ: Como foi a repercussão de prender a Bibi Perigosa em “A Força do Querer”? (risos)
Ronan: Eu estava em Los Angeles apresentando o “Brasilian Day” quando as cenas foram ao ar, tomei um susto com o impacto, meu telefone não parava, minhas redes sociais deram um boom e recebi muitas mensagens. A mídia parece ter gostado e foi muito positivo, ficamos em 2º lugar na Globo.com no ranking das chamadas mais acessadas. Depois dessa prisão me chamaram pra prender muita gente (risos).
NJ: Você está na websérie “Desatando nós” que trata sobre relacionamentos amorosos. Quais são as questões levantadas na série?
Ronan: A série trata de diversos tipos de casais e suas relações. No caso do meu personagem “Fabio”, o relacionamento está monótono e a sua esposa Letícia propõe uma “ménage à trois”. Ele não gosta muito da ideia mas acaba cedendo e a situação se inverte depois ela que fica insegura. Vale muito a pena assistir a série, ela foi muito bem conduzida e foi um prazer participar do processo. Amei o resultado!
NJ: Como foi a experiência de participar da novela “Terra Prometida” ?
Ronan: Fazer o Rei Jafia foi incrível, aprendi muito com ele e com a história bíblica. Optei por criar um rei bem autêntico e com personalidade de um verdadeiro rei (risos).
NJ: Qual é o papel da religião em sua vida?
Ronan: Minha religião é o amor. Amor ao próximo e ao planeta.
NJ: De todos os trabalhos que já fez, qual considera o mais marcante?
Ronan: Cada um tem uma história, cada um me edificou maravilhosamente pra ser quem eu sou hoje. Todo trabalho é marcante e é uma aventura artística e pessoal incrível.
NJ: Você é produtor executivo, diretor e roteirista do curta “Realidade Frenética”. Quais são os desafios de acumular essas três funções em uma única obra?
Ronan: Foi um dos processos mais edificantes que tive na vida, o “ Realidade Frenética” foi minha escola no cinema e aprendi muito com todo o processo. Aprendi a roteirizar, a dirigir uma equipe grande com setores bem organizados. Tive que produzir, levantar dinheiro, solucionar problemas, imprevistos, administrar pessoas e logísticas e tudo isso com verba privada (do meu próprio bolso e de crowdfunding) . Deu muito trabalho mas foi imensamente gratificante. Estamos realizando a distribuição em diversos festivais no Brasil e pelo Mundo.
NJ: Em paralelo a novela, você está dirigindo um documentário sobre conscientização e sustentabilidade. Conte-nos um pouco sobre “Aquele Abraço”.
Ronan: 8 de junho será o dia mundial do Oceano e o Simão Felippe, diretor da Route Brasil, organização da qual eu sou embaixador, teve a brilhante ideia de criar um imenso abraço de conscientização pelo oceano e praias do planeta. Para isso vamos reunir 18 mil pessoas nas praias da Barra e Recreio, no Rio de Janeiro, para dar as mãos e abraçar essa causa além de fazer uma grande limpeza na região. Quando vi o movimento se formando resolvi montar um time e dirigir o documentário a respeito dessa saga. O que me surpreendeu é que a energia da natureza é tão maravilhosa que vem tudo dando muito certo e o time está incrível. Muita gente bacana abraçou a ideia, vai vir coisa boa por ai…
NJ: Como você avalia a postura dos brasileiros em relação a questões relacionadas ao meio ambiente?
Ronan: Infelizmente pecamos muito na educação e a conscientização vem de berço, vem de casa, da escola, do dia a dia. Tem melhorado um pouco, mas ainda temos um longo caminho e esse caminho é contra o tempo, temos que lutar pra reverter o mal que já fizemos ao planeta. Temos que ter consciência que ele é nossa casa, tudo está integrado, somos um só e tudo que se faz reverbera. Se faz coisas boas reverbera o bem e se faz coisas ruins reverbera o negativo. Temos que conscientizar a população em relação a todas as atitudes e entender que está tudo conectado.
NJ: Em sua opinião, quais são os meios que podem ser utilizados para educar a população em relação à sustentabilidade, já que infelizmente, algumas pessoas ainda enxergam, equivocadamente, os cuidados com o meio ambiente como atitudes contrárias ao progresso?
Ronan: Escola, educação e soluções vindas do sistema. Mas o próprio sistema é contra porque não tem interesse financeiro na causa, o que é um erro. Vou te dar um pequeno exemplo de solução: imagine se empresas tivessem redução de impostos se não utilizassem plástico nas suas embalagens? Já imaginou? ou se orgânico fosse mais barato e incentivado pelo governo? Mas isso infelizmente ainda não acontece. Hoje, para a pessoa se alimentar bem, paga mais caro e é impossível não utilizar plástico de um jeito ou de outro. Então, acho que a solução poderia vir do legislativo e de incentivos fiscais. Poderia encher uma pagina de soluções, mas os governantes ainda estão longe de serem “inteligentes” em relação as causas que dizem respeito ao povo e ao planeta. O egoísmo ainda reina, mas o que eles ainda não enxergam é que isso é contra eles mesmos, contra as futuras gerações, contra tudo e todos.
NJ: Você fez o cerimonial de entrega das medalhas da equipe de Qatar nas Olimpíadas. Mas como é a sua relação com o esporte?
Ronan: Foi emocionante, um grande espetáculo. Eu faço esportes desde pequeno, fiz hipismo por 12 anos, competi pelo Brasil, fui compeão mineiro e vice-campeão nacional. Amo cavalos! Fiz skate, surf e artes marciais: boxe, jiu jitsu, capoeira e taekwondo. Amo todos esportes, endorfina é vida, equilibra seu bem estar.
NJ: Quais são as suas principais lembranças de BH?
Ronan: Eu amo BH, volto mensalmente pra visitar minha família e amigos. Amo o mercado central, aproveito pra montar nas hípicas dos amigos e respirar um pouco o ar das montanhas.
NJ: O que o deixa mais feliz?
Ronan: Estar com a família, realizar meus projetos, ajudar o próximo e o planeta.
NJ: Uma frase
Ronan: “ Se você quer o que poucos tem, faça o que poucos fazem”.
NJ: Um sonho
Ronan: Que o ser humano evolua e volte a integrar a natureza.
NJ: Um lugar
Ronan: Caraíva
NJ: Um livro
Ronan: “As Sete Leis Espirituais do Sucesso”
NJ: Uma comida
Ronan: A comida da minha mãe e da minha esposa. Passo bem! (risos)
NJ: Uma música que o faz sorrir
Ronan: “Follow the sun”
NJ: Ronan Horta por Ronan Horta
Ronan: Um “Artivista”
NJ: Ronan, muito obrigada por participar da Nossa Janela.
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