“AQUILO QUE ACONTECE ENTRE NASCER E MORRER” solo de Fabricio Moser, na Casa 136 de 7 a 29 de março

“AQUILO QUE ACONTECE ENTRE NASCER E MORRER” solo de Fabricio Moser, na Casa 136 de 7 a 29 de março

Foto: Ricardo Martins

Espetáculo de Fabricio Moser investe no cruzamento de diferentes linguagens artísticas para abordar questões fundamentais sobre a vida

Morte trágica dos pais do artista é o ponto de partida para autoficção, que fica em cartaz de 7 a 29 de março na Casa 136

Diante da vida, como lidar com a morte? Diante da morte, como lidar com a vida? Partindo destas questões, surgidas a partir da morte trágica de seus pais num acidente de trânsito, que o diretor e ator Fabricio Moser iniciou uma pesquisa artística que resultou no espetáculo “Aquilo que acontece entre nascer e morrer” que, após uma temporada de sucesso, volta em cartaz de 7 a 29 de março na Casa 136, em Laranjeiras.

A dramaturgia da peça toma como parâmetros dramáticos os verbos nascer e morrer, com base nas experiências autobiográficas do artista e do público. Com uma atmosfera artesanal, Fabrício articula todos os elementos da encenação — luz, som e projeção — e convida o público a conhecer sua história como se estivesse na sala de casa, entre abajures, caixas com objetos pessoais e os quadros que ele pinta. Para conduzir a narrativa documental, a atuação aposta no cruzamento de diferentes linguagens artísticas, transitando entre a performance, a contação de histórias, a dança e o audiovisual. O trabalho é fruto do encontro do ator e diretor com artistas de diversas áreas, como Cassiana Lima Cardoso, Gabriel Morais, Gabriela Lírio, Ricardo Martins, Silvana Rocco e Tato Teixeira.

Em determinados momentos da peça, motivada pelas questões que sustentam o espetáculo, a plateia é convidada a dividir suas experiências. Em cena, Fabrício coloca no horizonte da criação artística as vozes do passado, do presente e do futuro, entre memórias e variados documentos. Artista e plateia são confrontados a buscar, por meio do teatro, a força dramática da vida numa tentativa de assegurar um sentido à jornada humana.

“Acredito que o teatro é um espaço onde podemos transformar nossos dramas pessoais em experiências coletivas de aprendizado e assim descobrir, através dele e a cada novo encontro entre artista e público, um pouco mais sobre a natureza e o sentido da vida, com toda a poesia e toda a crueldade que ela tem”, analisa Fabricio. “A cena, o instante que nos é dado de presente através do encontro proporcionado pelo teatro se torna, então, um espaço fértil para evocar o passado e fortalecer a nossa caminhada em direção ao futuro”, acredita.

Cada apresentação de “Aquilo que acontece entre nascer e morrer” provoca no público uma sensação particular e, com isso, uma resposta diferente às perguntas colocadas pela peça. Para o artista, o teatro existe por meio desse risco e das relações de troca: ele nasce da presença e sobrevive através do encontro, da interação e do conhecimento que pode ser adquirido com ele.

“Se morrer e nascer são os verbos que delimitam aquilo que entendemos por vida e a vida é uma sucessão de nascimentos e mortes, o teatro, que nasce e morre diante dos nossos olhos a cada vez que acontece, pode ser compreendido como um grande ritual de passagem, em que viver pode ser um limite”, acredita. “O desejo é proporcionar um espaço de experiência significativa tanto para o público quanto para mim. Essa me parece a melhor forma de aprender sobre a vida – e investigar o sentido dela, no teatro, é uma inclinação dos meus trabalhos artísticos”, defende.

PESQUISA AUTOBIOGRÁFICA E DOCUMENTAL

Esta não é a primeira vez que Fabricio Moser compartilha experiências pessoais no seu fazer teatral. O desafio de abordar dramas íntimos surgiu em “duo SOBRE DESVIOS” (2012) e se intensificou em “Laura” (2015), quando o artista partiu em busca da história da avó materna, assassinada em 1982.

“A morte dos meus pais durante o processo criativo da segunda peça, em 2014, e a necessidade de renascer, de alguma forma, depois disso tudo, foram sinais para continuar minha pesquisa autobiográfica e documental no teatro”, conta Fabrício, que já apresentou suas peças anteriores em temporadas em diversas cidades do Brasil, além de Portugal e Espanha.

A primeira temporada de “Aquilo que acontece entre nascer e morrer” foi 9 de novembro a 15 de dezembro de 2019, na Casa Quintal de Artes Cênicas, com casa cheia em todas as apresentações.

SOBRE FABRICIO MOSER

Fabricio Moser é ator, diretor, professor e pesquisador do teatro. Doutorando em Artes Cênicas na USP, é também Mestre (UNIRIO/2011) e Bacharel (UFSM/2006) em Artes Cênicas. Natural do Mato Grosso do Sul e morando no Rio de Janeiro desde 2009, seus recentes trabalhos artísticos são os solos autobiográficos “Aquilo que acontece entre nascer e morrer” (2019) e “Laura” (2015), e “duo SOBRE DESVIOS” (2012) — encenação em parceria com Cadu Cinelli —, peças que circularam por cidades como Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte e Recife, fizeram temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo, e chegaram a Portugal e Espanha, colecionando matérias, críticas e artigos em revistas especializadas e dissertações.

Foi jurado em festivais e editais, como o SESI Cultural 2018 – Teatro Adulto, e atualmente realiza as intervenções “Converso sobre Política” e “Dou ouvidos pra quem abrir seu coração”, ministra oficinas e consultorias, e atua como pesquisador, participando, em 2016, do Seminário Nacional Histórias do Teatro Brasileiro, do SESC.

Desde 2012 é professor de teatro do Instituto Priorit, onde atende pessoas com Autismo e TDAH, e desde 2018 é professor do CBI of Miami, atuando na Pós-graduação em Transtorno do Espectro Autista. Foi professor de teatro do Segundo Turno Cultural, da Prefeitura do Rio, entre 2013 a 2016, e do SESC São João de Meriti, em 2017. Entre 2012 e 2015 integrou a Cia. Enviezada, atuando em “Caminhos”, uma intervenção urbana, encenada em festivais, como a Virada Cultural de SP, e fomentada por editais, como o Prêmio Funarte e Fomento Carioca.

Manteve, entre 2010 e 2012, o Teatro de Maquinaria, onde realizou “Cidade em FotoDrama” (2011), “O Amor das 3Laranjas” (2012), e um intercâmbio com o diretor italiano Enrico Fasella, ações que circularam pelo Rio de Janeiro, Maranhão, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Entre 2002 e 2009 trabalhou no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, dirigindo grupos e atuando como professor no contexto universitário, em comunidades indígenas e centros de atenção psicossocial. Sua trajetória artística motivou entrevistas e ensaios, publicados em obras como Vozes do Teatro (2010), revistas de arte como Meio Tom – Poesia e Prosa e Arte Brasileira, e veiculadas na Rádio Cultura, de São Paulo, e a Rádio MEC, do Rio de Janeiro.

 

SERVIÇO:

“Aquilo que acontece entre nascer e morrer”

Apresentações: de 7 a 29 de março – sábados e domingos, às 20h.

Local: Casa 136 – Rua Ipiranga 136, Laranjeiras.

Ingressos: contribuição voluntária.

Gênero: autoficção. Duração: 60 min. Lotação: 30 lugares. Classificação indicativa: 16 anos.

 

FICHA TÉCNICA:

Criação, Direção e Atuação: Fabrício Moser.

Colaboração Artística: Cassiana Lima Cardoso, Gabriel Morais, Gabriela Lírio, Ricardo Martins, Silvana Rocco e Tato Teixeira.

Programação Visual: Davi Palmeira.

Consultoria Audiovisual: André Boneco.

Produção: Fabrício Moser e Gabriel Morais.

Assessoria de imprensa do espetáculo: Catharina Rocha – Máquina de Escrever Comunicação

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

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