Jairo Barboza é um nome marcante na música nordestina, não apenas por sua forte conexão com o forró, mas também por sua versatilidade ao explorar diferentes gêneros musicais. Com uma carreira consolidada como cantor, curador de grandes festivais e defensor das tradições culturais, o artista continua a surpreender o público ao unir tradição e inovação em seus projetos. Nesta entrevista, ele compartilha sua jornada artística, suas raízes e seus planos, sempre buscando novas maneiras de encantar e emocionar através da música.
Lu: Jairo, você é conhecido por sua forte conexão com o forró, mas também por explorar outros estilos musicais. Como você vê essa fusão de ritmos no cenário atual da música brasileira?
Jairo Barboza: Acredito que a música brasileira é rica justamente por essa diversidade de ritmos. A fusão entre eles é quase natural, porque nossa cultura é feita de encontros e influências. Sempre fui apaixonado pelo forró, mas também tive a chance de experimentar outros estilos, como o axé, que é tão vibrante quanto. Essa mistura me permite trazer novidades para o palco sem perder minha essência. Para mim, música boa é aquela que toca o coração, independentemente do gênero.
Lu: Essa versatilidade é notável na sua carreira. Como foi transitar entre o forró e o axé, por exemplo? O que essas diferentes fases lhe trouxeram artisticamente?
Jairo Barboza: Cada fase da minha carreira me trouxe um aprendizado diferente. No axé, vivi uma energia contagiante, com muita percussão e vibração. Como cantor da Banda Odoban, pude ver de perto a força desse ritmo e como ele conecta as pessoas. no forró descobri uma paixão. Ambos os estilos me ensinaram a importância de respeitar minhas raízes e, ao mesmo tempo, me permitiram expandir minha arte de maneira que eu não imaginava. É isso que me mantém motivado: a possibilidade de sempre aprender e evoluir como artista.
Lu: Você mencionou suas raízes. Como a cultura do campo e da vaquejada influenciou seu trabalho musical, especialmente na fase em que você abraça o forró de vaquejada?
Jairo Barboza: A cultura do campo é uma parte muito grande da minha vida. Cresci no interior, em contato com as tradições da vaquejada e da vida no campo, então, quando comecei a cantar forró de vaquejada, foi como voltar para casa. Cantar sobre esse universo é muito mais do que fazer música: é contar histórias que são parte da minha vivência. O desafio é manter viva essa tradição, enquanto busco novas formas de interpretá-la e de me conectar com o público, mas é um desafio que me dá muito prazer.
Lu: A transição para o forró de vaquejada pareceu natural para você. Como o público reagiu a essa nova fase da sua carreira?
Jairo Barboza: O retorno tem sido muito positivo. As pessoas se identificam com as histórias que conto nas músicas, e muitas delas compartilham essas mesmas raízes. Ao mesmo tempo, estou sempre procurando inovar, trazendo elementos novos para o palco, mas sem perder minha essência. Ver o público emocionado e conectado com o que estou fazendo é a maior recompensa para mim.
Lu: No seu processo de criação, como consegue equilibrar a inovação com a tradição? Afinal, você carrega uma forte influência de ícones como Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Jairo Barboza: Esse equilíbrio é algo em que penso constantemente. Luiz Gonzaga e Dominguinhos são minhas maiores referências, e sempre vou me inspirar neles. Mas, ao mesmo tempo, a música está em constante evolução. Eu procuro trazer essa modernidade sem perder de vista o que torna o forró tão único e especial. O segredo é estar sempre aberto a novas ideias, mas mantendo o respeito pela tradição que me formou como artista.
Lu: Além do forró e do axé, você também tem explorado outros estilos. Como essas diferentes experiências moldam seu trabalho atualmente?
Jairo Barboza: Cada estilo que explorei me ensinou algo. O axé me deu a energia do palco, o samba me trouxe uma conexão mais direta com o público, e o forró é a minha alma. Gosto de pensar que sou um artista que transita entre estilos, porque isso me permite criar algo único, que é uma junção de todas essas influências. Nos meus shows de verão, por exemplo, sempre tento trazer um pouco dessa mistura para o público. Isso mantém tudo fresco e dinâmico.
Lu: O que podemos esperar de Jairo Barboza no Carnaval?
Jairo Barboza: O Carnaval é sempre um período de muitas expectativas, e estou preparando algumas surpresas. Quero usar essa festa para mostrar um lado diferente do meu trabalho, algo que o público ainda não viu. Domingo de carnaval estaremos no evento “Folia do Mercado”, em Paripe. O que posso adiantar é que teremos misturas inusitadas e uma grande celebração da música brasileira. Estou animado com o que vem por aí!
Lu: Para finalizar, o que você diria que mais te emociona na música, tanto no palco quanto fora dele?
Jairo Barboza: O que mais me emociona é a capacidade que a música tem de conectar pessoas. Ver alguém se emocionar, cantar junto ou até chorar com uma música que eu escrevi ou interpretei é algo que não tem preço. A música é essa ponte que atravessa gerações, culturas e experiências, e poder fazer parte disso é o que me move todos os dias.
1 Comment
Jairo
1 de março de 2025 at 22:19Maravilhosa !!!!!!