Luiz Carlos Félix, sucesso em Cumplices de um Resgate

Ele descobriu sua  vocação  para a arte ainda muito cedo em Goiás, sua terra natal. No ar como o Ermínio Pimenta da novela Cúmplices de um Resgate, sucesso do SBT, nosso bate-papo hoje é com o ator  e diretor Luiz Carlos Félix. Confira na íntegra:

DMJ: Quando decidiu que queria ser ator?

Luiz: Quando tinha 17 anos, comecei a fazer teatro amador, e foi lá que descobri a minha vocação.

 DMJ:Em algum momento questionou essa escolha? Como foi a reação da família?

Luiz: Sim. Em alguns momentos, me fiz essa pergunta. Mas sempre fiquei com a certeza de que estava no caminho certo. Eu amo a minha profissão, passo a maior parte do meu tempo trabalhando, então, acho que é preciso amar o que você faz. Minha família sempre me apoiou, nunca tive problemas com eles em relação à minha escolha.

DMJ: Quais são as suas principais lembranças de Goiás?

Luiz: Da minha infância. Tive uma infância muito rica, lúdica, divertida, com muitos amigos. Foi um período muito bom na minha vida. Tenho boas lembranças dessa fase.

DMJ: Como foi a experiência de atuar no teatro Goiano no início da carreira?

Luiz: Foi muito gostoso. Eu estava descobrindo a minha vocação, fazendo a minha escolha profissional. Foi um momento importante. Tive a sorte de trabalhar com grandes diretores e atores de Goiás. Fiz boas peças, ótimos personagens. O teatro Goiano se desenvolveu muito de lá para cá. Fico muito feliz com isso.

DMJ: Qual  é a sua maior fonte de inspiração?

Luiz: A vida. Gosto muito de viver, aprender dia a dia com os erros e acertos, é curioso. Descobrir como funciona a psique humana é inspirador. Gosto muito do ser humano.

DMJ: Como foi a sua participação em A Favorita? Ela abriu portas para você?

Luiz: Foi um presente. A novela estava com 55 pontos de audiência, foi o meu primeiro trabalho na Globo. Fiquei impressionado como o retorno. Foi importante, sim.

DMJ: Você participou do filme “E a Vida Continua…”, baseado na obra de Chico Xavier. Como é a sua relação com a doutrina espírita?

Luiz: É uma relação de descoberta. A doutrina espírita fala sobre a imortalidade da alma, a natureza humana, as leis morais, a vida presente, a vida futura e futuro da humanidade. Ou seja, a filosofia está muito presente na doutrina, e é essa filosofia que me ajuda a entender qual é o sentido da vida, o que estamos fazendo aqui e para onde estamos indo. Só há uma maneira de entender a filosofia espírita: estudando-a sem preconceitos.

DMJ: Como surgiu o convite para integrar o elenco do remake de Cúmplices de um Resgate?

Luiz: Esta é minha segunda novela no SBT. Acho gostaram do meu trabalho e me convidaram para integrar o elenco de Cúmplices de um Resgate.

DMJ: Como se deu a construção do Ermínio Pimenta?

Luiz: No dia a dia de gravação. Cheguei a fazer aulas de montaria, me apaixonei pelo haras onde gravamos as cenas, mas foi no set, junto ao elenco e à direção, que o Ermínio foi surgindo.

DMJ: O que você tem em comum com o personagem?

Luiz: Acho que a busca dele por ser uma pessoa de bem. Mas algumas vivencias também, como ter passado boa parte da minha infância na fazenda. Tive muito contato com cavalos e com as pessoas do campo. Ele não é bobo. É forte e justo, mas é simples.

DMJ: Já tinha experiência com cavalos?

Luiz: Sim, muitas. Sou de Goiás, minha família é do interior goiano, então, sempre tive contato com fazenda. Gosto muito de cavalos, são animais fortes e inteligentes. Já fiz amizade com o meu parceiro de cena, o “Conhaque”, e o “Dourado”, que também é da novela.

DMJ: Seu primeiro trabalho em São Paulo foi no espetáculo “Os Sertões”, antológica montagem de José Celso Martinez Correa para o livro de Euclides da Cunha. O que aprendeu nesse trabalho que costuma colocar sempre em prática na sua profissão?

Luiz: Aprendi muitas coisas, mas acredito que seja a resistência e vontade de realizar um trabalho. Trabalhávamos por 16 horas por dia. Muitas vezes fomos ao esgotamento total, mas firmes no propósito de se chegar à conclusão do trabalho. Viajamos pela Europa e pelo Brasil, sempre ganhando diversos prêmios. Foi uma grande vitória. Aprendi muito e sou grato pela oportunidade de ter feito “Os Sertões”.

DMJ: Você pretende dirigir um espetáculo chamado “Clarices” baseado na obra de Clarice Lispector. O que mais o atrai no trabalho da escritora?

Luiz: Em Clarice Lispector, qualquer ser humano pode encontrar algo de si. Nem que seja em uma frase curta, mas com profunda capacidade de síntese, ela consegue dizer muito sobre a vida. Tem um trecho de “Água Viva’’ que gosto muito: “Estou atrás do que fica atrás do pensamento. Essa coisa sobrenatural que é viver”. Nesta simples frase, há uma profundidade visionária bastante curiosa.

DMJ: Como surgiu a ideia de remontar Hamlet? Quando começou o interesse por Shakespeare?

Luiz: Conheci a critica de teatro Carmelinda Guimarães numa incursão pela sala São Paulo, e, ali, começamos a falar sobre Hamlet. Meu interesse surgiu a partir dessa conversa. Acompanhei a montagem de Hamlet de José Celso Martinez no teatro Oficina, sempre gostei do personagem. Imaginava vive-lo algum dia. Acho que chegou a hora de experimentar as ideias de Hamlet em cena.

DMJ: Cinema, teatro ou TV?

Luiz: Minha casa é o teatro, mas gosto muito dos três. Cada qual com a sua particularidade, mas todos trabalham com a arte de atuar, que é o que mais gosto de fazer. Para mim, não é só trabalho, mas também diversão.

DMJ: Uma frase

Luiz: Você conhece os seus pensamentos?

DMJ: Uma música

Luiz: No momento, “Love Me Tender”

DMJ: Um lugar

Luiz: França

DMJ: Luiz por Luiz

Luiz: Alguém em busca pelo autoconhecimento.

Galeria:

Fotos: Eddu Ferraccioli

DMJ: Luiz, muito obrigada! Espero poder contar com a sua participação outras vezes na nossa Janela. Paz e bem sempre! beijo de luz!

Luiz: Luciana, querida, muito obrigado pela entrevista. Gostei muito das perguntas, me senti como se estivesse em um bate papo ao seu lado. Conte sempre comigo para enriquecer a sua Janela. Saúde, paz e luz!