Fernando Vilela estreia peça que trata de violência contra a mulher

Fernando Vilela estreia peça que trata de violência contra a mulher
Foto:  Padu Palmerio
A peça Dolores, do dramaturgo norte-americano Edward Allan Baker, ganha montagem da companhia Pravda! Pravda!! ITC com direção de Fernando Vilela e elenco composto por Carolina Victor e Maria Bopp. O espetáculo faz curta temporada no Espaço Elevador de 31 de agosto a 9 de setembro, com sessões sábados, 21h; domingos, 20h e segundas-feiras, 21h. Ambientada num ambiente doméstico, Dolores aborda a forma com que o machismo se impõe como uma norma social que estabelece diversos tipos de violência contra a mulher.
Escrita em 1986, a peça se relaciona de forma direta com o que vivemos ainda hoje. “Baker constrói de maneira ímpar esse quadro duro e preocupante, que é sempre negligenciado por uma cultura e por uma sociedade construída por homens e seus machismos”, diz o diretor Fernando Vilela. Pouco montado no Brasil, o dramaturgo lida com questões sociais de grande magnitude e urgência.
Além de dirigir o espetáculo, Fernando também assina sua tradução para o português a partir do pedido da atriz Carolina Victor. Na sala de ensaio, Fernando, Carolina Victor e Maria Bopp também submetem o texto a revisões constantes. “A tradução é um ato complexo, porque ela tem como objetivo sempre o diálogo com uma localidade e uma época diferente da de origem; e uma necessidade de se fazer entender, sem perder as estruturas poéticas do autor, da autora e do próprio contexto de escrita.”, complementa o diretor.
O cenário pensado para Dolores, assinado por Fernando e pela cenógrafa Marina Lickel, não permite fugas e distrações – evidenciando assim a problemática trazida pelo texto. Seco, reto e recortado, ele dá possibilidade para que as atrizes se situem em espaços que podem ser lidos como uma cozinha ou um ringue de luta.
A paleta de cores do cenário e do figurino se somam a uma ambientação dos anos 1980 proposta pela trilha sonora. A escolha de manter esse distanciamento estético com a contemporaneidade é justamente dar a noção de como o problema da violência contra a mulher continua grave e presente.
“Nos meus trabalhos como diretor, a minha busca é sempre o encontro da forma com o conteúdo, e vice-e-versa. É na fusão destes fatores tão importantes que a nossa experiência humana se arrebata, e assim conseguimos gerar espaços em nós e no coletivo de questionamento, de maravilhamento”, complementa Fernando.
O espetáculo é a segunda criação do Pravda! Pravda!! ITC no Brasil e dá sequência à pesquisa do grupo de investigar a verdade cênica como resultado da fricção entre realidade e ficção – o primeiro espetáculo montado pela companhia é O Filho do Moony Não Chora, de Tennessee Williams, também dirigida por Vilela.
Sinopse
Ambientada na cidade de Providence, em Rhode Island, no ano de 1985, o drama acompanha uma tarde na vida das irmãs Sandra e Dolores. Dolores recorre à casa da irmã em fuga do seu marido violento e abusivo. A tarde se desenrola de maneira a escancarar a dura realidade que essas duas irmãs têm que encarar.
Ficha Técnica
Dramaturgia: Edward Allan Baker.
Direção: Fernando Vilela.
Elenco: Carolina Victor e Maria Bopp.
Assistência de Direção: Camila Rocha.
Desenho de Luz: Padu Palmario.
Cenografia: Fernando Vilela e Marina Lickel.
Realização: Pravda! Pravda!! ITC.
Serviço
Dolores
De 31 de agosto a 9 de setembro. Sábados, 21h; Domingos, 20h e Segundas-feiras, 21h.
Local: Espaço Elevador (R. Treze de Maio, 222 – Bela Vista).
Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia).
Duração: 40 minutos.
Classificação Indicativa: 16 anos.
Gênero: Drama
Capacidade: 52 lugares.
Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

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