Excessiva e feliz

Acredito que existe no mundo  três tipos de pessoas: Os normais (que sentem, mas não sangram); os excessivos, (que sentem tudo mil vezes mais. E sangram muito) e os insensíveis.

O primeiro grupo é formado pela maioria das pessoas que conheço. Meu marido, meu pai e quase todos os meus amigos. Eles choram o desencarne de um ente querido, se preocupam quando têm problemas. Mas isso não o tiram o sono ou o apetite. Sentem com equilíbrio e na medida certa.

No terceiro grupo estão os insensíveis. Desses, desculpe, tenho nojo. São pessoas que não sentem e nem respeitam os que sentem. Acham que tudo não passa de besteira. E só valorizam algo quando este algo lhe atinge. São criaturas extremamente egoístas. E infelizmente eu conheço algumas assim.

O segundo grupo é o mais complicado e como não poderia ser diferente, é dele que  faço parte. Sim,  sou excessiva.  E tenho sérias desconfianças que herdei isso de minha mãe (valeu, mãe! rsrs).

As pessoas desse grupo, as excessivas, sentem muito e sofrem mais ainda. Sentem os seus problemas, os alheios, as misérias do mundo, o final do romance da amiga, a doença do vizinho. A gente sente até a dor da personagem da novela. E não tem jeito de extravasar. Se a gente pinta, escreve, corre, come chocolate, grita…nada afasta este sentimento. E neste caso as lágrimas são velhas companheiras. E  no meu caso, a insônia também.

Eu realmente não invejo os insensíveis (prefiro sentir mil vezes do que me tornar assim). Mas gostaria muito de sentir com equilíbrio. Eu  realmente queria muito ter a capacidade de sentir na medida certa. Mas se tem uma coisa difícil é medir sentimento. Se mede palavras, ações. Sentimentos, simplesmente se sente. E é justamente aí, que mora o perigo. Não é uma questão de escolha.

Sim, mas somos felizes! O fato de sentir em excesso não significa dizer que somos pessoas tristes. Ao contrário, pq se sentimos muito as tristezas, também sentimos a alegria maior do que qualquer outra pessoa normal ou insensível. A gente ri muito. E chora também (e de alegria!) Se a tristeza vem grande, a felicidade vem absurda. O “sentir” é literalmente assim, mal dosado. E difícil de ser compreendido pelos não excessivos.

Gargalhando ou chorando, sou sempre eu mesma. Sendo assim, sigo a minha vida, sentindo cada vez mais e de todas as formas. A tristeza acontece, é claro. Mas que a
felicidade venha maior, melhor e mais intensa sempre.

Luz!

Lu

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

3 Comments

  1. Avatar
    Marcelo Tavares
    20 de outubro de 2012 at 18:34 Reply

    Continue sendo sempre sincera, meiga e na medida do possível, feliz!
    Beijo!

  2. Avatar
    Ieda Maria
    21 de outubro de 2012 at 09:13 Reply

    Lu, achei lindoooo, moça talentosa essa minha amiga…rsrsrsr
    Sabe que chorei lendooo ne
    fazer o que…estamos no mesmo grupo kkkk

  3. Lúcio Sacramento
    Lúcio Sacramento
    22 de outubro de 2012 at 23:00 Reply

    É verdade, meu amor. Você é assim mesmo: Um balde transbordando de coisas adoráveis. Você tem excesso de luz.

Leave a Reply