Não acho muito fácil escrever sobre a saudade pois com ela, muitas lembranças aparecem. Mas decidi fazê-lo, simplesmente porque é justamente assim que venho me sentindo ultimamente, com muita saudade.
Saudade da infância e das cantorias com a primarada no sítio. Saudade de escutar música de qualidade com meu dindo. Ainda bem pequena, ele me apresentou as maravilhas da MPB e ali mesmo começou a “paixão” por Caetano e a admiração por outros monstros sagrados da nossa música.
Saudade dos banhos na lagoa em Guarajuba, Saudade de cocada da velha Stella. Saudade do cheiro da massinha de modelar da escola, do “Não chore não, que priminha está aqui”. Saudade de tio Edinho ligando às seis todo dia 12 de novembro para me acordar cantando “Parabéns pra você”.
Saudade do Telheiro e dos amigos do Vieira, da convivência mais intensa com todos eles, das idas ao Sìtio Loyola, da viagem para Porto Seguro aos onze: Com Rebeca, Lu Fialho e Jojoca (minha primeira amiga). Saudade das “palhaçadas” de Bruno Vita, da sensatez de Silvia, da ternura de Carol Miranda. Saudade dos nossos finais de semana em Villas. Esses amigos são eternos.
Saudade dos jogos do Bahia na Fonte Nova com a minha Lu .Da torcida, das gargalhadas. Saudade de Henrique gritando que ia pra Tóquio ver Jean agarrar todas as redondas (rs).
Saudade dos “Happy Hour” na casa de uma de nós quatro. As mesmas quatro que costumavam dar a volta no Gueto, ainda que aquele “Gueto” fosse apenas a mesa da sala. Saudade das quatro meninas, tão cheias de sonhos, de pijama no quarto, tagarelando antes de dormir. Saudade das feiras da paróquia e das resenhas que surgiam a partir daí (melhor deixar quieto, meninas! rs). Saudade de jogar War com Thico. Saudade das aulinhas de inglês da Ebec e da minha eterna “teacher” Denize.
Saudades dos papinhos diários com Davi no telefone (eu juro que não sei como a gente encontrava tanto assunto! rs), saudade das competições pra ver quem sabia mais músicas do Mastruz com Leite. Saudade de tentar ensina-lo a dançar forró. Saudade das tardes de “besterol” com Sil. Besteiras essas que nos divertiam tanto.
Saudade de ficar com meu irmão idiotário (rs) cantando, gargalhando. Saudade das tardes inteiras conversando, dos risos, dos sonhos. Saudade do tempo em que um acompanhava de perto tudo que acontecia na vida do outro.
Saudade dos almoços de domingo na casa de vó Dina, o metro quadrado mais cheio de amor que já pisei. Saudade do “Já munço?” e de todo carinho que este questionamento trazia consigo. Saudade dos passeios de escuna na infância (apesar de saber que quem mais sente saudade desses passeios é Henrique. Pq será? rsrsrs ). Saudade das coreografias das paquitas com Beta. Saudade das minhas capixabinhas que tanto amo. Saudade de Guarapari. Saudade da energia do Arpoador.
Saudade até de virar a noite estudando com Ivana antes do vestibular. Saudade da comidinha de Lúcia, sempre tão saborosa. Saudade das festas que íamos juntas, dos ensaios de verão. Saudade pela “febre” do Jheremmias, sem saber que os meninos da Banda virariam nossos amigos queridos um dia.
Saudade dos passeios na mata, de pular elástico. Saudade de correr, pular, brincar sem preocupações. Confesso que os joelhos inevitavelmente ralados não ‘doíam” tanto como decepções, corações partidos e ilusões atuais.
Saudade do Coruja, quando saíamos com RC, o melhor puxador de bloco do planeta. E com ele, vem a saudade de Du, uma pessoa que estará sempre comigo no coração. Só Deus sabe a falta que sinto das nossas conversas, dos sorrisos. Ainda que acredite que a morte é apenas uma passagem, é difícil superar essa separação tão repentina.
Saudade do “Bom dia “ de Luquinhas todos os dias, na PRJ e das nossas conversas diárias. Saudade até de ser pirraçada com as minhas “Culturas inúteis” como o significado de Nescau (esse dia entrou pra história!). Saudade do carinho de Carol (minha eterna procuradora preferida). Saudade de viver esses momentos, muitos desses momentos.
Saudade de alguns amigos que somem. Saudade de tomar Milk Shake. Saudade é a vontade de viver novamente o que já foi vivido. Simples assim.
Saudade de quando ler era aventura completa, quando se tratava de heróis e princesas.Saudade de ver o “Ser” sendo mais importante que o “ter”.
Saudade principalmente do meu avô e dos seus sempre tão sábios conselhos. Saudade de tocar teclado para ele e de fazer carinho na sua cabeça. Saudade dos seus ensinamentos.
Sim, eu tenho saudade de tudo que é puro e ficou eternizado.
Mas como disse o poeta “Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos.” Deve ser por isso que eu estou tão chorona ultimamente. Não é tristeza, é saudade. E saudade a gente só sente do que foi bom.
Luz!
Lu
10 Comments
Rebeca Rizzo
31 de janeiro de 2013 at 06:59lindas palavras no blog, amiga! Fico feliz de fazer parte de tudo aquilo. Vc conseguiu me levar de volta a um tempo inesquecível, com a companhia de pessoas muito especiais. Algumas eu não vejo há alguns anos mas não percebo distância alguma. É que pra mim foi ontem… Espero te ver de perto em breve! Bjs.
Silvana
31 de janeiro de 2013 at 08:04É bom sentir saudade…
Também senti saudades quando li seu texto… Saudades de gelatina, das extensas tardes de gravações (desde menina já era boa nisso! rs), do meu primeiro show da Banda Eva que minha mãe só me deixou ir pq foi com vc! (No 2 de Julho, lembra?)
Enfim…
O melhor dessa saudade é que ela não dói! É saudade de alegria, saudade saudável.
Te amo amiga… desde aquele dia que eu não sei qual, há uns 20 anos atras, talvez…
Son
31 de janeiro de 2013 at 09:37Muito lindo e tocante… To aqui morrendo de saude de tudo e de todos que me fazem e me fizeram bem… vc fez a minha memoria trabalhar… Tenha um maravilhoso dia…!!! Beijao
Zeni
31 de janeiro de 2013 at 17:51É muito bom sentir saudades, principalmente de coisas boas, viajei agora naquele passeio de escuna maravilhoso, acho que meu irmão Henrique deve sentir mais saudades (risos). Saudades da menina, que eu tinha que dar almoço, que sabia a lata do biscoito de coco, que tocou no meu casamento… Saudades da “avenida”, da minha infância… Beijos
José Junior
31 de janeiro de 2013 at 20:36Eu acho que tudo isso expressa o que estou sentindo agora por não ido ao Brasil.
Gostei muito do texto
Marcelo Tavares
1 de fevereiro de 2013 at 14:08<3
Saudade enorme também…
Milhões de beijos!!!
Helen Bezerra
2 de fevereiro de 2013 at 11:21Nossa que texto lindo!!
Adorei!!
Beijos
Ivana
3 de fevereiro de 2013 at 12:04Amigaaaaa… Você realmente é capaz de traduzir tudo que estou sentindo em palavras… Também estou num momento bem chorona e, lendo este post, chego a conclusão de que estou com sintomas de saudades… Ah, amiga… quanta saudade… e neste momento, me pego chorando ao ler estas palavras.
Acabei de lembrar de uma coisa da nossa adolescência… muitas vezes eu estava querendo colocar em palavras o que estava sentindo, o que queria escrever pra alguma outra amiga… Então, eu te explicava toda a situação e você, como se fosse eu, colocava no papel toda aquela emoção que eu estava sentindo…. só você, viu, amiga?
Muito obrigada por presentear os seus seguidores e amigos sempre com palavras sinceras, puras e acolhedoras.
Te amo muito!!!!
Saudades sempre, irmã.
Denize
3 de fevereiro de 2013 at 19:51Lindo, lindo e lindo!!!! Parabéns , Lu!! Muito obrigada pelo eterna “teacher”, quanto carinho e amor! saiba que o carinho , o amor e a SAUDADE são recíprocos! Um beijo minha querida Luciana! Lots of love, Denize
Dalia Leal
3 de setembro de 2013 at 21:34Conforme já afirmei várias vezes, saudade é mto amor no coração! feliz daquele que tem boas lembranças! ainda ontem eu e seu pai comentávamos seus demorados telefonemas c David, ligavam até para brigar! vc n tinha c quem brigar, então brigava c David, e ele, n brigava c os irmãos p q qndo ele estava sem nada a fazer, seus irmãos estavam em aula ou estudando p vestibular; enfim, pareciam dois irmãos, e Bruno tbém, além de conselheiro, era irmão. Lembro-me perfeitamente de cada um dos momentos mencionados p vc, q bom! recordar é reviver momentos felizes!