Delícia de bate- papo com a atriz Juliana Martins

Delícia de bate- papo com a atriz Juliana Martins

Ela tinha apenas 11 anos quando estreou na televisão, na novela ‘A Gata Comeu’, da Rede Globo e foi a primeira protagonista de Malhação. Mas a menina cresceu, se preparou e hoje, além de atriz, montou a própria produtora para ter mais liberdade na escolha dos seus trabalhos e assim, consegue viver da sua arte. Nosso bate papo de hoje é com Juliana Martins. Confira:

DMJ: Ju,  você começou na TV com apenas 11 anos, interpretando a Suely de “A Gata Comeu”. A novela foi um sucesso. Como você aprendeu a lidar com a fama tão cedo?

Ju: Foi tranquilo, primeiro porque em 85 quando “A Gata Comeu” foi ao ar, não tinha essa coisa de culto a vida pessoal da pessoa e as revistas de fofoca eram apenas sobre a trama das novelas. Meus pais sempre deram força para a minha carreira. Mas para eles, o mais importante era estudar e não foram deslumbrados em momento algum. Eles apoiavam porque era a minha vocação e o que eu gostava de fazer, mas me ensinaram a ter o pé no chão, seguir a vida normal de toda adolescente.

DMJ; Você foi a primeira protagonista de Malhação em 1995. Como foi essa experiência?

Ju: Malhação foi incrível fazer, foi uma experiência ótima. A Bela era  maravilhosa, completa, tinha cenas fortes, de choro, foi bastante intensa. E foi uma oportunidade interessante na Globo porque lá é tudo tão grandioso e como era um programa novo, a gente fez tipo uma carpintaria para decidir qual seria o formato, a cor. A gente via, participava das reuniões de criação. Então foi uma experiência muito boa, adorei a Bela. Eu era novinha, tinha 21 anos na época (nem tão novinha assim rs). Demorei para me separar dela, sofri, chorei muito no último dia. Foi uma experiência muito legal!

DMJ: O que a levou a criar a sua própria produtora?

Ju: Foi em Eu percebi que pra ter uma independência artística e financeira dentro da minha profissão, tinha que começar a produzir teatro, que era importante eu poder montar a minha peça e me sustentar através disso. E também era importante escolher o que eu queria falar, qual personagem eu queria fazer e com quem eu queria trabalhar. Claro, além dos convites, que também são super importantes e tudo no fundo se complementa. Eu queria poder conduzir essa parte da minha carreira.

DMJ: Como é o processo de escolha dos textos a serem produzidos?

Ju: Quando abri a minha produtora, a minha filha tinha 4 anos. Eu estava muito voltada para o público infantil e produzi diversas peças infantis. Depois disso,  achei que já estava na hora de escolher um texto adulto. Procurei um ator brasileiro, assisti diversos filmes e optei pelo Jabor. No fundo, o texto é mais ou menos o que eu quero falar, como estou no momento. É isso que me faz seguir o caminho a procura de um determinado texto.

DMJ: Como surgiu a ideia de remontar “Eu Te Amo“? Como se deu a escolha do texto?

Ju: Eu assisti ao filme, gostei da personagem e senti que era isso que eu queria fazer. Mesmo o filme sendo de 81, trata de temas atemporais: O amor, a dor do amor, o desejo, o sexo. Então achei que dava pé fazer no sec XXI. Eu acho que “Eu Te Amo” é uma peça que quase seria uma história de amor, mas os dois personagens são errados na vida e não vivem isso ( ou vivem rs). Depende de como cada um vê o final da história.

DMJ: Como você define o espetáculo?

Ju: Eu acho que a gente conseguiu fazer uma peça engraçada, a gente puxou para o humor mesmo sem mudar as palavras do texto. Não sei se é porque é uma outra época, os anos 80 eram mais dowm mesmo.

DMJ: Como aconteceu a adaptação do texto?

Ju: A gente não mudou o texto, contextualizou para o sec XXI. Eles agora se conheceram na internet, a profissão de ambos mudou. A diferença foi só os termos de referência, mas as palavras do Jabor estão lá. Inclusive, foi ele mesmo quem fez a adaptação.

DMJ: O público se identifica com os personagens da peça?

Ju: Sim, muitíssimo. E eu reparo que mesmo sendo uma peça engraçada, mesmo o Marone estando de cueca na primeira cena, mesmo tendo cenas de sexo e todo esse alvoroço do público, as pessoas se emocionam. Eu sinto o silêncio, sinto que elas acompanham as emoções dos personagens.

DMJ: Na peça você teve a companha de André Gonçalves e Alexandre Borges. Agora divide o palco com o Serio Marone. Como tem sido essa parceria? Vocês já haviam trabalhado juntos?

Ju: Eu Não conhecia o Marone ainda, nos conhecemos no Castelo de Caras e Nova York. Ele falou da peça e eu contei que o Alexandre não estava mais fazendo e ele falou: “Vamos fazer! ” eu eu falei: “vamos!” . É uma peça simples de remontar, nós trabalhamos por 5 semanas e estreamos em fevereiro, em Campinas. Assim como o André e o Alê, o Marone é ótimo companheiro. Eu tive muita sorte com  os meus três pares dessa peça.São pessoas maravilhosas, gostei muito de trabalhar com todos eles, tô bem feliz. O Marone é mais novo do que eu, diferente do Alexandre. Então a gente faz uma brincadeirinha na peça com isso, mudou um pouco a pegada. O Marone está super bem na peça.

DMJ: Eu li que você se machucou durante os ensaios e estreou a base de relaxante muscular. Como foi isso?

Ju: Sim, quando eu estava ensaiando com o André, teve uma hora que dançando tango na peça eu levei um tombo, quebrei uma costela e fiquei sem ensaiar um tempo. A gente quase adiou a estreia, mas não precisou. Tomei remédio, fiz acupuntura, fisioterapia, fiz de tudo. Quem já teve uma costela quebrada sabe a dor alucinante que é. Mas deu tudo certo, estreei bem e hoje já não sinto mais nada, estou completamente recuperada.

DMJ: Qual foi a sua personagem mais marcante e por qual motivo?

Ju: O que eu faço no “Eu Te Amo” é super importante. Eu faço a peça há 4 anos e mudou muito a minha postura como atriz. Primeiro porque nunca fiz um personagem durante  tanto tempo, eu cresci muito fazendo. Eu tenho um domínio, uma segurança sobre ele que nunca tive, porque nunca fiz por tanto tempo um personagem só.  A Malhação também foi super importante, foi a primeira mocinha de um programa que já existe há tanto tempo. A Dora do Riacho Doce que eu fiz em 1990 também foi um pesonagem muito querido, era muito forte, tinha cenas intensas. Eu tinha 16 anos e foi muito bom fazer. Os dois últimos que fiz no ano passado, em 2013, na GNT. o do  Copa Hotel, porque tinha cenas fortes, cenas de sexo e eu nunca tinha feito isso na TV. Já estou experiente porque faço no teatro, no no “Eu Te Amo” mas nunca havia feito na TV.E o “Questões de Família” que eu fui dirigida pelo Sergio Rezende que é um luxo. Eu fazia cenas de flash back e foi bem legal também.

DMJ: Qual é o seu lugar no mundo?

Ju: Pra a gente ter um lugar no mundo, eu acho que a nossa casa tem que ser o primeiro lugar no mundo pra a gente, onde a gente se sente melhor, mais seguro. Então, a minha casa. A partir deste lugar, sem querer ser piegas, o meu lugar é no palco, em um estúdio de Tv ou em um set de cinema. Eu me sinto completamente a vontade nesses três ambientes. Cresci fazendo televisão e teatro, então realmente eu me sinto muito a vontade.

DMJ: Qual  foi a situação mais engraçada que você já vivenciou atuando?

Ju: Já vivi diversas, vários ataques de riso, erros de texto, um monte de coisa. Mas uma muito engraçada quando eu estava fazendo o “Eu Te Amo”  com o Alexandre e entrou um morcego no palco. Ele entrou e deu 5 rasantes. Acabou que trouxemos o morcego pra a cena, fizemos piada com ele.

DMJ: Qual a sua maior fonte de inspiração?

Ju: É a vida. É o que eu leio, é o que eu assisto. Eu acho que o artista e o produtor têm que estar sempre antenados a filmes, livros, experiências e cenas bonitas. Então, a minha observação é o meu sentimento, o que eu vejo, o que eu vivencio, os lugares que eu vou. Pra cada pensamento, foco em uma determinada pesquisa.

DMJ: Quem é a Juliana Martins?

Ju: Atriz, mãe da Luiza de 13 anos, filha do Chico e da Tereza. Me considero uma pessoa doce, sou bem amiga dos meus amigos, sou uma pessoa de caráter, criativa, tenho pouco pé no chão, sou pisciana. Mas a idade vem me trazendo pé no chão. Sou um pouco impaciente também. Me considero uma pessoa séria, obstinada, luto pela minha carreira.

DMJ: Quais são os seus planos para o futuro?

Ju: Sigo com “Eu Te Amo”, tô produzindo uma outra peça, mas ainda não posso falar o nome porque estou negociando os direitos autorais. Vai ter a segunda temporada de “Questões de Família” e a vida do artista é assim, né? Planos para o futuro é o futuro breve, porque vamos nos garantindo a cada seis meses. Nossa carreira no fundo é uma grande roda gigante.

Confira a galeria de fotos:

Ju, muito obrigada por tudo! Felicidade tê-la aqui nessa janela que também é sua!

beijo de luz!

Lu

Ju: um beijão!

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

4 Comments

  1. Avatar
    Ludmila Seixas
    1 de novembro de 2014 at 03:58 Reply

    Adorei a entrevista!

  2. Avatar
    Lucas Alves
    1 de novembro de 2014 at 04:01 Reply

    Vai chegar um dia em que verei vc simplesmente entrevistando a si mesma, nos informando sobre o seu próprio talento e luz!! Aguarde.

  3. Avatar
    Luzia Moraes
    1 de novembro de 2014 at 04:02 Reply

    Que maravilha amiga, parabéns Luciana Leal… bjs bjs

  4. Avatar
    Brunna Alencar
    4 de dezembro de 2014 at 16:24 Reply

    Linda Ju! Adorei!!!

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