Diante do espantoso crescimento de pessoas que falam sobre dietas hiperproteicas e hipertrofia muscular sem o menor embasamento e cuidado com a saúde, resolvemos falar sobre o assunto.
Com a palavra, a nossa querida nutricionista Ana Claudia Figueiredo:
Falar sobre alimentação e hipertrofia muscular parece a medida certa para aumentar o número de seguidores em redes sociais. Acredito que as pessoas ainda tenham a cultura de que alimentos e suplementos alimentares não podem provocar efeitos adversos à saúde, bem como que não existe individualidade bioquímica entre as pessoas, já que uma mesma recomendação de suplementação estaria adequada para pessoas de sexo, peso, estatura e estilo de vida diferentes.
Gostaria iniciar esse tema citando Lucrécio que no século I a.C já afirmava “Alimentos que para um são remédios e para outros amargos venenos”, para comprovar essa citação temos o exemplo da Carambola, que para indivíduos saudáveis é uma fruta muito interessante, porém para pacientes portadores de insuficiência renal é mortal.
Você sabe o que é proteína e para que serve?
Vamos relembrar um pouco as aulas de ciências do ensino fundamental, em que dividimos os alimentos em 3 grandes grupos: Reguladores, construtores e energéticos. As carnes, leites e ovos (Principais fontes de proteína da dieta) compõe o grupo dos alimentos construtores. De um modo simples, podemos dizer que a proteína é o principal componente para construção de tecidos e órgãos, por isso os alimentos com maior teor proteico são considerado construtores.
A recomendação de proteínas para um individuo saudável é 0,8- 1,0kg de peso, ou seja, a recomendação de proteína para um indivíduo com um peso de 65kg seria em torno de 52 -65g/dia quantidade suficiente para ser suprida com a ingestão de um filé médio de alguma carne de origem animal.
Entretanto, somente com a alimentação pode haver uma deficiência proteica na dieta de indivíduos fisicamente ativos e em atletas, conduzindo
ao aumento da incidência de infecções e comprometimento do ganho de massa magra. Por isso, muitas vezes há dificuldade de se obter, através da dieta, toda a proteína necessária. Outro aspecto importante deve-se ao fato que a suplementação com diferentes aminoácidos está relacionada a efeitos específicos. A suplementação com qualquer aminoácido ou combinação de aminoácidos é também determinante da eficácia do efeito e o nutricionista deve estar atento a esse aspecto.
Vale ressaltar que alguns suplementos contêm cerca de 150 vezes mais nutrientes que o informado no rótulo e fatores contaminantes diversos. Os suplementos são prejudiciais se consumidos de forma inadequada, tanto em quantidade como em qualidade e podem comprometer o fígado e os rins.
Deste modo, nenhuma suplementação alimentar é recomendada sem a orientação e acompanhamento de um Nutricionista competente, que antes da suplementação deverá fazer uma avaliação criteriosa do seu paciente.
Outro aspecto importante a ser considerado é que a suplementação não é uma receitinha de bolo que irá funcionar com todos os indivíduos. Para um resultado satisfatório a suplementação deve estar associada a uma dieta individualizada e deve considerar idade, gênero, modalidade, carga de esforço e grau de treinamento.
1 Comment
Ludmila Seixas
1 de novembro de 2014 at 03:58Que dica maravilhosa!