Bate-Papo com o músico e ator Claudio Lins

Bate-Papo com o músico e ator Claudio Lins

Claudio Lins é músico, apresentador, compositor, diretor  e ator. Filho da atriz Lucinha Lins e do músico Ivan Lins, tem o talento e a versatilidade no DNA. Agora  está de volta à Globo para interpretar o Sérgio na novela Babilônia.  Com muita simpatia e musicalidade, Cláudio nos recebeu  em sua casa, no Rio de Janeiro, para um bate-papo sobre a sua carreira. Confira na íntegra:

DMJ: O que a música significa pra você?

Claudio: O que significa realmente não pode ser traduzido em palavras. Como dizem, a música é a linguagem de Deus.

DMJ:  Qual é a sua maior fonte de inspiração?

Claudio: A vida é a melhor fonte de inspiração. Tem uma canção do Sergio Santos com letra do Paulo César Pinheiro (Rancho das 4 luas) em que ele diz: “Acho que todo o universo é um livro de poesia”.

DMJ: Acha que houve influência dos seus pais na decisão de seguir a carreira artística?

Claudio: Sim, como com qualquer médico ou engenheiro que segue a carreira dos pais. Mas nunca houve uma imposição, tanto que nenhum dos meus irmãos seguiu carreira artística.

DMJ: Você já participou de projetos com seu pai e sua mãe. Como funciona essa parceria?

Claudio:  É sempre um prazer, pois existe muita sinceridade e cumplicidade entre nós. Fora a corujice mútua.

DMJ:  Com qual personagem você mais se identificou?

Claudio: Não saberia responder… sempre empresto alguma coisa para as personagens, e ao mesmo tempo aprendo algo com elas.

DMJ: Como telespectador, qual foi a sua novela preferida?

Claudio: Gostei muito de Roque Santeiro, Pantanal, Vale Tudo e Renascer.

DMJ: Quem são as suas maiores referências na dramaturgia?

Claudio: Nelson Rodrigues pra mim é o cara!

DMJ: E na música?

Claudio: Na música tenho muitos heróis, mas sem dúvida meu pai é minha maior influência.

DMJ:  Como foi a experiência de atuar em uma novela portuguesa?

Claudio: Foi muito legal. Eles tem uma escola mais proxima do cinema francês, mas estavam aprendendo com os brasileiros. E fiz grandes amigos.

DMJ: O que significa pra você a oportunidade de participar de “Elis, a Musical”?

Claudio: Muita emoção, pois é a história de uma das nossas heroínas. E essa história passa pela história da minha família.

DMJ: Como você se preparou para viver o César Camargo Mariano no palco?

Claudio: O César escreveu um lindo livro de memórias, que foi a minha bíblia durante os ensaios. Percebi que ele é uma pessoa reservada e pouco afeita a explosões sentimentais. Mas a medida em que íamos avançando, fui criando uma personagem ficcional, mais romântico e mais próximo do que o texto pedia.

DMJ: Como vocês conseguiram retratar no espetáculo a intensidade da história de Elis?

Claudio: Não tinha outro jeito, senão seria um fracasso. A Elis era uma figura muito intensa. Texto, direção, direção musical… enfim, foi uma conjunção de fatores para chegarmos nesse resultado.

DMJ: Como foi a experiência de participar de um espetáculo cujo texto foi escrito pelo Papa João Paulo II?

Claudio: “Enlace” me deu muito prazer, e foi um desafio representar uma personagem que ia dos 50 aos 70 anos. O fato de ser um texto do papa não era algo que me impressionasse… até porque foi muito adaptado para virar um musical.

DMJ:  Você apresentou um programa na TVE chamado “A Vida é um Show'” Como foi a experiência? Pretende voltar a apresentar?

Claudio: Adorei a experiência de apresentar um programa. Gosto muito disso. E esse programa me deu a possibilidade de me aprofundar na cultura musical do nosso país, e me deu a oportunidade de bater um papo com alguns ídolos, como Leny Andrade, Guinga, Caetano… Foi um grande prazer.

DMJ: Como foi a sua preparação para viver o “Claude” em uma Rosa com Amor? Foi um desafio interpretar um personagem do exterior?

Claudio: Foi um dos trabalhos que mais me diverti na vida, não só pelo Claude, mas também pelo fato de ser uma comédia. Raramente me chamam pra fazer comédia… E ainda tinha colegas incríveis, como o Tony Garrido, a Carla Marins, Carlo Briani, Joana Limaverde. Tive que fazer muita pesquisa e aulas com uma fonoaudióloga para chegar ao sotaque ideal. E o resultado foi muito bom. Soube de franceses que moravam no Brasil e perguntavam de que parte da França eu era!

DMJ: Você é músico, apresentador, ator, compositor, diretor e cantor. Com tanta versatilidade e talento, por qual das opções o coração bate mais forte?

Claudio: Hoje em dia não consigo dissociar muito uma coisa da outra. Sou um artista, e essas são minhas formas de expressão. Mais fácil, né?

DMJ: Qual música você gostaria de ter composto?

Claudio: “Eu te amo”, Chico Buarque e Tom Jobim.

DMJ: Da sua coleção de discos, por qual deles tem um carinho especial?

Claudio: Pela do meu pai.

DMJ: Alguma música consegue te emocionar a ponto de chorar?

Claudio: Tantas…

DMJ: Como você define o seu estilo musical?

Claudio: MPB contemporânea… existe isso? rs

DMJ:  Com quem você gostaria de dividir o palco?

Claudio: Vixe! Com o Pat Metheny e o Lyle Mays, dois ídolos meus!

DMJ: Qual é a maior lembrança musical da sua infância?

Claudio: Eu tocando piano com meu pai.

DMJ: Se fosse produzir um Festival de música, quem estaria na sua line-up?

Claudio: Ivan Lins, Pat Metheny e Lyle Mays, Sergio Santos, Aca Seca Trio, Jair Oliveira, Tatiana Parra… eu!

DMJ: O que tem tocado na sua play-list?

Claudio: Tenho ouvido muito canções dos anos 50 e 60 para um musical cujas músicas estou compondo. Elizete Cardoso, Dolores Duran, Nelson Golçalves, Roberto Silva, entre outros.

DMJ:  Como você enxerga o cenário musical atual do Brasil?

Claudio: Muito confuso e diluído. A quantidade venceu a qualidade. Isso só poderá se reverter a médio/longo prazo, com educação de qualidade e a regulamentação da lei que obriga as escolas a terem educação musical. Educação musical não é só aprender a tocar música, mas aprender a ouvir a música contextualizada pela história do país, do mundo, das artes.

DMJ: Como é o Cláudio pai?

Claudio: O melhor pai que eu posso ser!

DMJ: Como está se sentindo voltando à casa onde interpretou o seu primeiro personagem na TV em 1995?

Claudio: Muito feliz. A Globo é uma emissora com grande tradição na teledramaturgia, e tem uma estrutura única para se trabalhar. E o PROJAC fica situado num espaço lindo, ao pé de um morro, com a mata reflorestada como há 500 anos atrás. É muito especial trabalhar lá.

DMJ: Como você enxerga a quantidade de personagens homossexuais nas novelas ultimamente?

Claudio: Os homossexuais estão aí. Eles existem. É bobagem escondê-los na televisão se vamos encontra-los em todos os lugares. A arte imita a vida, e espero que em breve essa questão não seja mais uma polêmica.

DMJ: Muito se tem discutido sobre a adoção em relações homoafetivas. Qual é a sua opinião em relação ao assunto?

Claudio: Não vejo problema nenhum nisso. Nada é mais importante que o amor.

DMJ: Claudio Lins por Claudio Lins

Claudio: Um homem de bem, quase sempre otimista, que se alimenta de sonhos para poder realizá-los.

DMJ:  Claudio, muito obrigada! Espero poder contar com a sua participação outras vezes nessa Janela que também é sua. Beijo grande!

 

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

11 Comments

  1. Avatar
    Dalia Leal
    7 de junho de 2015 at 22:35 Reply

    Matéria perfeita!!! Luciana Leal, se supera a cada entrevista realizada! vc tem o poder da palavra escrita e falada!
    Parabéns Claudio Lins q herdou dos pais talento e amor em tudo q faz!
    Importante se faz salientar q se trata de excelente músico, apresentador, compositor, diretor, ator! Desejo-lhe sucesso pleno na Globo!!!!

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    Eliana Bemfica
    8 de junho de 2015 at 12:48 Reply

    Bela matéria e ele soube aproveitar o legado. Parabéns Luciana

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    Priscila Trigo
    14 de junho de 2015 at 16:33 Reply

    Que delicia de entrevista! Me senti ali, conversando com o Claudio… e matou um pouco a saudade… obrigada, Luciana!! Parabéns!!

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    Ricardo Valladares
    15 de junho de 2015 at 12:40 Reply

    Que entrevista bacana. Claudio é um excelente músico e ator.

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    Rebeca Andrade
    15 de junho de 2015 at 12:44 Reply

    Amei a entrevista! Claudio sempre com boas respostas!

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    Vivi Bim
    15 de junho de 2015 at 18:18 Reply

    AMOOOOO CLAÚDIO LINS TALENTO ,BELEZA E SIMPATIA NA MESMA PESSOA !

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    Silvia Bezerra
    15 de junho de 2015 at 18:20 Reply

    Como sempre, esteve ótimo na entrevista, sempre tão simpático. . Beijo no seu coração lindooooo.

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    Dayane Tamir
    15 de junho de 2015 at 18:21 Reply

    Muito boa entrevista!

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    Eliana Grisotto
    15 de junho de 2015 at 19:30 Reply

    Eu n assisto a novela, mas a partir de agora vou asssistir p ver vc atuar, bastante sucesso eu desejo,pois interpretar um papel tão importante e q infelizmente ainda gera polemica e preconceito é um grande desafio, a globo n poderia ter escolhido melhor……sucesso e q Deus o abençõe hoje e sempre.

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    Vivian
    9 de abril de 2016 at 19:42 Reply

    Qual o nome do fotógrafo? ?A Entrevista é muito interessante Adorei..

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    Rosangelaferreiradelima
    19 de setembro de 2020 at 15:05 Reply

    Te amo Cláudio Lins sou sua fã desde a novela esmeralda.vc e um homem muito lindo sucesso.e essa voz😍😘❤linda de mas

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