Trabalho, dedicação e paixão são os combustíveis que fazem de Maria Ceiça uma profissional exemplar. Seja atuando ou cantando, Ceiça esbanja talento e simplicidade. É uma pessoa linda por dentro e por fora, daquelas que emana luz. E foi com muito carinho que ela nos recebeu no Teatro Tom Jobim, no Rio de Janeiro, com toda a equipe do espetáculo “Por Dentro da Música”.
A montagem mescla show e teatro contando diversas histórias que inspiraram alguns dos grandes compositores da música popular brasileira na criação das suas canções. Em elemento cênico, são apresentadas as paixões, manias, amores, conquistas e curiosidades das músicas de Dorival Caymmi, Gonzaguinha, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Caetano Veloso, Dolores Duran, Miles Davis, Cazuza, Rita Lee, João Nogueira, entre outros. Ceiça é acompanhada por Ilka Villardo (voz), Osmar Milito (piano), Pascoal Meireles (bateria) e Alex Rocha (Contrabaixo).
Acompanhe na íntegra, o nosso bate-papo:
DMJ: Quando decidiu que queria ser atriz?
Ceiça: Eu já trabalhava na Light como técnica em eletricidade, já tinha trancado a faculdade de engenharia 2 vezes e redescobri o teatro que sempre esteve presente na minha vida desde criança.
DMJ: Como a música entrou na sua vida?
Ceiça: Da mesma forma que o teatro, a música também sempre esteve presente e junto com a escola de teatro, fiz muita aula de canto. Fiz musicais, cantei em trilha sonora da novela Fera Ferida que atuei na Globo, no filme Cruz e Souza, de Sylvio Back…
DMJ: O que você costuma ouvir em casa?
Ceiça: De tudo. Sou muito eclética em relação ao gosto musical.
DMJ: Como surgiu a ideia de montar um espetáculo homenageando grandes compositores?
Ceiça: De conversas com minhas amigas Nívia Helen, diretora do espetáculo e a Ilka Vilardo que divide o palco comigo neste espetáculo.
DMJ: Quais foram os critérios escolhidos para montagem do repertório?
Ceiça: Músicas que nos marcaram, compositores e intérpretes que gostamos e pesquisas.
DMJ: Alguma das histórias contadas na peça te toca em especial?
Ceiça: A que conta a inspiração para A noite do meu bem, de Dolores Duran e a história de Juliette Gréco e Miles Davis.
DMJ: É uma realização poder cantar e atuar em um mesmo projeto?
Ceiça: Sim, claro, e mais ainda sendo produtora do espetáculo.
DMJ: Quem são as suas referências na música e na dramaturgia?
Ceiça: São muitas. Sou uma pessoa apaixonada pela arte busco aprender sempre.
DMJ: Você está no ar como a Nayla de Os 10 Mandamentos, na Record. Qual é a maior dificuldade de interpretar um personagem de mais de 2 mil anos atrás?
Ceiça: Não encaro como dificuldade mas uma curiosidade por estes personagens pertencerem a uma época bem remota mas que, ao mesmo tempo, povoam o nosso imaginário.
DMJ: A novela é um luxo: Cenário, figurino, maquiagem… Como você se preparou para o processo criativo da Nayla?
Ceiça: Pesquisas e muita leitura, que adoro.
DMJ: Qual é o papel da religião na sua vida?
Ceiça: É fundamental. Acho necessário estar conectado com o Divino que cada um acredita. Religião…. Religar….
DMJ: Como está fazendo para conseguir conciliar a peça e a novela?
Ceiça: Fizemos escalas de ensaio à partir do meu roteiro de gravação e deu tudo certo. Claro que fiquei bastante cansada, mas valeu à pena. A peça está linda, as pessoas têm saído bastante emocionadas do espetáculo e de “bem” com a vida.
DMJ: Tem algum papel que você quer muito interpretar? Qual?
Ceiça: Quero interpretar muita coisa ainda. Tenho sempre a sensação que não fiz nada….
DMJ: Não é fácil viver de arte no nosso país. Em algum momento pensou em desistir?
Ceiça: Desistir não. Mas é sempre motivo de preocupação…..
DMJ: Como analisa a sua trajetória?
Ceiça: Tenho muita gratidão por poder estar na profissão que escolhi, fazendo o que gosto. Sempre quero mais e acho que tenho muitas possibilidades. Continuo buscando.
DMJ: Você tem algum arrependimento?
Ceiça: Não. Tudo que nos acontece, faz parte de uma “Intenção” para nosso crescimento.
DMJ: Dentre os trabalhos que você já fez, qual mencionaria como inesquecível? Por quê?
Ceiça: Por incrível que pareça, todos os meus trabalhos foram muito marcantes para minha vida. Das novelas “Felicidade” “Por amor” “Fera Ferida”,”Os mutantes” “ Os 10 Mandamentos”, sucessos! aos filmes nacionais “Carlota Joaquina” “Orfeu” “Cruz e Souza” , internacionais “ O Herói”, “O Testamento do Sr. Napomunceno”, “ O Grande Killapy”. Independentes dos personagens que representei, os lugares e as pessoas que conheci me são muito especiais.
DMJ: De onde veio a vontade de montar a sua própria produtora?
Ceiça: Sou uma pessoa de muitas ideias, projetos …. a produtora passou a ser o caminho natural para a realização disso tudo.
DMJ: Em momentos de folga, qual é o seu passatempo preferido?
Ceiça: Adoro ir ao cinema e gosto muito de viajar.
DMJ: Quais são os cuidados que costuma ter com a saúde e a beleza?
Ceiça: Procuro ter uma alimentação consciente e saudável, faço caminhada e yoga.
DMJ: Você exerceu a função de Superintendente da Igualdade Racial, na Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. Como foi a experiência e como enxerga o preconceito hoje no Brasil?
Ceiça: Foi uma experiência e tanto! A vontade de realizar coisas e efetivamente conseguir fazer, fica muito distante na política. Lidar com a “máquina pública” é de uma enorme complexidade.Avançamos alguma coisa em relação às formas de combater o preconceito racial, algumas ações afirmativas já começam a dar bons retornos disso. Ainda estamos longe de enxergar com clareza a igualdade racial aqui no Brasil.
DMJ: Existe uma dificuldade no reconhecimento multiracial por parte da dramaturgia?
Ceiça: Sim. O reconhecimento ainda é “tímido”. É só olhar para os produtos que estão em cartaz no cinema, teatro e televisão neste momento, neste instante. Quantos protagonistas negros de sucesso, bem sucedidos estão falando ou tendo um papel de destaque nestes produtos? Em algumas vezes aparecem mas a presença deles é relevante para a trama? Nas capas de revistas? Nos grandes comerciais?
DMJ: Um lugar .
Ceiça: O Brasil é “O lugar”. Precisamos cuidar dele com mais carinho e reconhecimento nossas potencialidades, dessa população única, resultado dessa miscigenação incrível, cheia de graça e talento para superar todas as dificuldades.
Galeria (Clique na foto para ampliar)
DMJ: Ceiça, muito obrigada! Espero poder contar com a sua participação outras vezes nessa Janela que também é sua. Continue nos encantando com a sua arte! beijo de luz!
SERVIÇO
Luciana Leal usa colar Empório Valentinni
POR DENTRO DA MÚSICA
Temporada: Até 21 de junho de 2015
Horários: Sexta e sábado 21h – Domingo, 20h
Local: Teatro Tom Jobim
Endereço: Rua Jardim Botânico – 1008 – Telefone – (21) 2274-7012
AGRADECIMENTOS:
Aos amigos Carlos Gilberto, Julia Viegas, Nívia Helen e Aline Mohamed.
9 Comments
Maria Ceiça
12 de junho de 2015 at 10:05Luciana! Que matéria bacana, parabéns! !!!Adorei também as fotos. Bjs e muito obrigada .
Nívia Roman
12 de junho de 2015 at 10:47A matéria ficou ótima e as fotos também. Muito obrigada por compartilhar esse momento conosco! Beijos!
Lucia Lima
12 de junho de 2015 at 11:14BRAVO!!!! Belo trabalho, maneira legal que você tem nos mostra o talento e a determinação da nossa gente!
Alice Veiga
12 de junho de 2015 at 11:16Perfeito este passeio por dentro da música! Vou lá assistir. Obrigada pela dica e parabéns pela matéria!
Alice Veiga
12 de junho de 2015 at 11:16Perfeito este passeio por dentro da música! Vou lá assistir. Obrigada pela dica e parabéns pela matéria!
Marcela Teles
12 de junho de 2015 at 11:19Ameiiiii essa matéria! Quero muito ver essa peça. Sou fã da Ceiça!
Dalia Leal
12 de junho de 2015 at 20:49Lu parabéns, a cada entrevista sempre um trabalho competente! E Maria Ceiça, uma excelente atriz, diretora, cantora mto boa essa matéria, nos faz conhecer a capacidade e talento de Maria Ceiça, lembro-me agora do meu pai Lealzinho q mto a admirava!
Vera Ferreira
14 de junho de 2015 at 09:34Eu vi a peça e fiquei emocionada e me diverti muito!!!!!!!!!!!
Ricardo Valladares
15 de junho de 2015 at 12:42Perfeita essa matéria. No próximo final de semana estarei sem falta no Teatro Tom Jobim para conferir o espetáculo. Muito obrigado pela dica cultural.