Fernanda Vasconcellos

Ela deixou a faculdade de Direito para seguir a carreira artística e a partir daí passou a se entregar de corpo e alma a profissão. Em cartaz no Teatro Clara Nunes, com o espetáculo “Enfim, nós”, Fernanda Vasconcellos comemora a parceria com o amado Cássio Reis em casa e em cena.  Confira nosso bate-papo com a atriz: 

Lu: Fê, quando decidiu que queria ser atriz?

Fernanda: Na verdade, decidi quando as oportunidades começaram a aparecer. Fica difícil exercer a profissão dos sonhos se não temos oportunidade ou opção.

Lu: Você deixou a faculdade de Direito para atuar em Malhação. Sua família apoiou a decisão?

Fernanda: Sim. Eles me apoiaram muito e apoiam até hoje em tudo que faço.

Lu: Quais lembranças guarda dessa época?

Fernanda: Ah eu guardo um misto de alegria com certo medo de encarar uma nova vida.

Lu: Você está em cartaz na Gávea com “Enfim,Nós”. Como define o espetáculo?

Fernanda: “Enfim, Nós” é uma comédia romântica deliciosa. Garanto ao público boas doses de risadas. Os autores Bruno Mazzeo e Claudio Torres Gonzaga já são consagrados no humor e fizeram um trabalho muito bacana. Eles conseguiram entrar na intimidade do casal, naquela coisa que você não quer falar para o outro, naquilo que toca fundo no relacionamento. Eles pegaram tudo isso e jogaram no ventilador. As tiradas de humor são muito intensas, o público não fica mais de um minuto sem rir.

Lu: Apesar de escrito há  quase dez anos atrás, o texto é super atual porque fala de relacionamento.

Fernanda: Sim! Eles discutem a relação e descobrem ciúmes, manias, segredos e diferentes pontos de vista. E tudo que é atemporal é muito bom. Eu gosto muito de falar sobre relação humana. 

Lu: Quais são as sensações que espera que o público saia do teatro após assistir a peça?

Fernanda: Recebo muitos feedbacks dizendo que se divertiram e se identificaram bastante com a história desse casal preso no banheiro.

Lu: As reações do público influenciam na peça?

Fernanda: Influencia bastante porque a reação faz a gente se sentir mais vivo. É uma troca linda, que acontece na magia do momento. A gente nunca mais vai conseguir repetir o que acontece em cada espetáculo. Cada apresentação é única e é isso que é o mais divertido.

Lu: Como funciona a parceria com Cássio Reis em casa e em cena? Está gostando de trabalhar com ele?

Fernanda: Adorando! É uma parceria produtiva e tem sido bastante divertido. O Cássio tem qualidades artísticas que são fundamentais e sempre busco trabalhar com pessoas assim: Ele é bastante comprometido.

Lu: Algo engraçado que aconteceu durante os ensaios que gostaria de dividir com a gente?

Fernanda: Sim, troquei o nome do personagem do Cássio (risos).

Lu: Como está sendo para você atuar nesse espetáculo?

Fernanda: Pra mim está sendo uma experiência incrível porque eu nunca havia feito comédia e uma coisa que eu busco muito na minha carreira é a diversidade. Está sendo divertido e surpreendente.

Lu: O fato de ter feito muitas protagonistas mocinhas te incomoda de alguma forma?

Fernanda: Não, de jeito nenhum! Eu gosto de todas as personagens que fiz, elas eram todas diferentes entre si. E diferentes  de mim. O importante é o desafio e eu poder ultrapassar minhas limitações.

Lu: Como foi dar a vida a Dona Flor personagem tão importante da obra de Jorge Amado?

Fernanda: Maravilhoso.  Aceitar esse convite agregava várias qualidades que eu estava buscando e o espetáculo tem um grande valor artístico. Eu queria muito fazer Jorge Amado, foi uma realização.

Lu: Em “Tempos Modernos” você aprendeu rapel, em “Desejo Proibido” equitação e em “A Vida da Gente” aprendeu a jogar tênis. Como é a sua relação com o esporte?

Fernanda: São presentes e aprendizados que a profissão nos dá. Em “A Vida da Gente” pratiquei  três horas diárias de tênis por quase quatro meses e eu não tinha nenhuma noção do esporte. Hoje pratico Yoga e Corrida.

Lu: Por falar em “A Vida da Gente”, quais são as lembranças que guarda da Ana?

Fernanda: As melhores lembranças. Ana era uma menina de 17 anos que tinha muita sede de viver mas não tinha muitos amigos porque sempre viveu para o esporte. A novela foi uma linda história de amor que focava nos encontros e desencontros da vida e nas relações contemporâneas. Muita gente se identificou com a história de superação da personagem.

Lu: Em “Páginas da Vida” sua personagem, a Nanda, voltava depois de morta para cuidar dos filhos. Tinha algum cuidado especial nessas gravações?

Fernanda: Nossa! Tenho um carinho enorme por essa novela e essa personagem. Foi o “start” da minha carreira e foi muito importante pra mim. Muito aprendizado sobre a vida, sobre a profissão, sobre tudo. E o texto do Manuel Carlos era genial. A Nanda não usava maquiagem e o figurino sempre era o mesmo. O cuidado maior era com a luz, eles usavam uma luz especial nas gravações.

Lu: Como foi a experiência de viver a Malu de “Sangue Bom”, personagem tão engajada em causas sociais?

Fernanda: Foi engrandecedor. Meu laboratório incluiu visitas à Casa do Zezinho, que abriga crianças carentes e a Associação de Apoio a Criança com Câncer (AACC). Essa vivência enriqueceu meu trabalho e me inspirou muito. Conheci pessoas da mais alta qualidade, pessoas que tem um olhar para o outro, pessoas sensíveis, extremamente maravilhosas de se conviver.

Lu: Chegou a se emocionar com alguma história?

Fernanda: Me senti tocada com várias. Refleti sobre a minha vida, minha família, minha carreira e as pessoas que trabalham comigo.

Lu: Você tem algum cuidado especial com a alimentação?

Fernanda:  Procuro me alimentar de forma saudável, com alimentos orgânicos.

Lu: Você foi eleita uma das mulheres mais sexys do mundo. Se considera uma pessoa vaidosa?

Fernanda:  Me considero vaidosa de uma maneira saudável. Tento fugir da paranoia.

Lu: Qual foi o maior desafio que enfrentou até hoje na sua profissão?

Fernanda: Todos os desafios tiveram sua importância. Mas, morar sozinha foi um desafio importante e maravilhoso que a profissão me proporcionou. 

Lu: Você declarou que sofreu muito bullying na escola. Como foi isso?

Fernanda: Sim, sofri muito bullying. Teve uma fase que as meninas mais velhas queria me bater. Mudei de escola três vezes e elas iam me esperar na saída. Muitas vezes a diretora da escola teve que chamar a polícia. Era realmente assustador.

Lu: Qual papel gostaria de interpretar?

Fernanda: Todos.

Lu: Uma frase

Fernanda: Talento é paciência sem fim.

Lu: Um lugar

Fernanda: Minha casa. 

Lu: Um sonho

Fernanda: Uma velhice feliz.

NJ: Uma mania

Fernanda: Tenho mania de limpeza. É sério, faxina me relaxa. Minha casa está sempre um brinco. Às vezes vou faxinando e passando o texto ao mesmo tempo (risos). 

Lu: O que está toca  na sua playlist?

Fernanda: Depende do meu humor mas sempre tem MPB.

Lu: Fernanda Vasconcellos por Fernanda Vasconcellos

Fernanda: Sou a mais prudente que posso desde que não vire covardia.

Lu: Obrigada Fê,  por participar da Nossa janela!

Confira galeria:

Ficha Técnica:

Autores: Bruno Mazzeo e Cláudio Torres Gonzaga

Direção: Cláudio Torres Gonzaga

Elenco: Fernanda Vasconcellos e Cássio Reis

Cenário: Edward Monteiro

Iluminação: Luiz Paulo Nenén

Produção de Figurinos: Liah Siqueira

Trilha Sonora: Mú Carvalho

Direção de Produção: Lucia Regina de Souza

Produção: Caravana Produções

Vozes em Off: Luciano Huck, Heloísa Perissé e Leandro Hassum

Duração: 70 minutos