Andreia Sorvetão

Andreia Sorvetão

Andreia Faria começou a carreira bem cedo, trabalhando com  Xuxa e guarda  no coração, com muito carinho, os tempos de Paquita quando ganhou o apelido de Sorvetão. Apaixonada por crianças, abriu uma casa de festas infantis na Barra da Tijuca e mantém em paralelo, um lindo trabalho gospel. É com ela que conversamos agora.

NJ: Como surgiu o apelido Sorvetão?

Sorvetão: Foi na época da Xuxa, quando eu era Paquita. Cada Paquita tinha um apelido: Xiquita, Pituxa, Catuxa…o meu era Xiquita e depois veio um outro apelido, que tinha a ver com a personalidade de cada uma. Então, como eu gostava muito de sorvete, cheguei até a trocar almoço  por banana split rsrs, bem coisa de adolescente rsrs. E depois juntou com sorvetão na testa, por demorar pra entender as coisas.Aí ficou uma sorvetão completa rsrsrs!!!!

NJ: Como foi trabalhar com a Xuxa?

Sorvetão: Trabalhar com a Xuxa foi maravilhoso e foi dali que veio toda a minha base profissional. Tudo que aprendi de responsabilidade, de disciplina profissional veio dela. É uma grande marca que eu tenho na vida e que me possibilitou ser uma boa profissional

NJ: Quais são as suas maiores lembranças dos tempos de paquita?

Sorvetão: Lembranças são mil coisas boas, muitas viagens, muito aprendizado. Era a minha segunda família e a gente ficava mais tempo com a produção da Xuxa do que com a própria família.

NJ: Você foi a paquita mais popular enquanto esteve no Xou da Xuxa e ganhou até música própria. Existia ciúmes das outras paquitas?

Sorvetão: É, a sorvetão marcou muito como Paquita. Quando se perguntava de quem as pessoas lembram dos tempos de Paquita, falavam logo: Sorvetão. Eu fico muito orgulhosa disso, muito grata.Realmente a minha passagem pelo grupo foi muito forte, ganhei música do Michael Sullivan e Paulo Massadas, uma grande homenagem. Não sei se elas têm ciúmes, aí teria que perguntar pra elas rsrs

NJ: A maioria das meninas da época sonhavam em ser paquita. Isso teve um lado ruim?

Sorvetão: Não. Era maravilhoso, mas a gente não tinha a dimensão. Eu não vi lado ruim nenhum, eu amava tudo aquilo, sinceramente. Eu passei a minha adolescência trabalhando, mas era um trabalho divertido. E eu viajei muito, foi maravilhoso.

NJ: Como era a relação com a Marlene Matos ?

Sorvetão: Era uma relação de chefe, ela era a nossa patroa e cuidava de cada uma. Eu acho que a gente ficava morrendo de raiva porque ela não deixava fazer nada, mas era tudo para o nosso bem, para o nosso crescimento, nosso aprendizado. Tinha umas broncas exageradas sim, coisas que ela não precisava falar, mas se parar para analisar, foi tudo para que a gente crescesse e melhorasse. Hoje eu tenho essa certeza e essa visão.

NJ: Como surgiu a ideia de começar a fazer shows solo?

Sorvetão: Eu comecei a fazer shows solo porque eu era muito chamada para fazer eventos. Às vezes era só uma presença, mas para não ser só a presença, a gente começou a oferecer o show, com autorização da Marlene e da Xuxa. Inclusive foi a própria Marlene que fez o roteiro do show. E aí começou realmente a ter muitos pedidos. Eu fazia show com as Paquitas, show com a Xuxa e shows solo. Eu não parava!

NJ: Por que resolveu sair?

Sorvetão: Eu resolvi sair justamente por causa das palavras que a Marlene usava e eu achava desnecessárias. Coisas do tipo “eu te substituo a hora que for” ou “Você está achando que é quem?” e isso foi me chateando até o dia que eu acordei passando mal e vomitando. Tinha um show das Paquitas e eu não tinha condições de ir.Também o jeito que a produtora contou para a Marlene, que estava em Nova York,  já foi de um jeito que que ela  ligou falando essas coisas e me humilhando.Eu fiquei muito chateada na época e ela falou “Ah, pode sair, você não faz falta nenhuma”. Ela me tirou por telefone. E eu acabei saindo desse jeito, ridículo mesmo. Mas continuei na Rede Globo, tinha outras propostas de trabalho e logo depois fui para Os Trapalhões.

NJ: Como é a sua relação hoje com a Xuxa e as outras ex paquitas?

Sorvetão: Ah, tenho uma relação maravilhosa com a Xuxa, de amizade mesmo. Existe muito respeito, muito carinho e muito amor de uma com a outra. Ela é uma pessoa muito importante para mim. É uma relação de amizade verdadeira, onde uma conhece bem os limites da outra. Com as meninas, tenho mais contato com a Andréa Veiga, a Ana Paula Guimarães e a Louise Wischermann,  que são da minha época.

NJ: Em que momento decidiu se tornar evangélica e qual é o papel da religião hoje em sua vida?

Sorvetão: Eu acho que no fundo eu não decidi me tornar evangélica. Na verdade, sentia falta de algo para me acrescentar. Sempre fui católica, mas não me sentia bem indo para a igreja, não registrava nada que ouvia ali e me incomodava com o Cristo na cruz. Nunca gostei dessas coisas de imagem desde pequena. E quando fui pela primeira vez a uma igreja Evangélica, senti que era aquilo que dizia a bíblia. Jesus está vivo, na verdade ele ressuscitou, não está na cruz. Então, descobri que  as coisas que me incomodavam tinham um motivo e hoje eu tenho a bíblia como principal. É ali que eu sigo, aonde me sinto feliz, onde a minha fé se renova.E é da minha fé que tiro forças para continuar porque a vida realmente é muito difícil, as vezes até injusta. As pessoas são muito complicadas,né? Eu aprendi a não esperar nada do ser humano. Hoje só espero de Deus.

NJ: Qual (ou quem) é a sua maior fonte inspiração?

Sorvetão: Sem dúvidas, minha maior inspiração é Jesus Cristo

NJ: Como você lida com as críticas?

Sorvetão: Ah eu lido com as críticas assim: Se é construtiva eu absorvo. Se não é, jogo fora! rsrssr

NJ: Seu relacionamento com o Conrado vem desde os tempos de Paquita. Como tudo começou?

Sorvetão: Meu relacionamento com Conrado começou quando ele ia cantar no Xou da Xuxa.  Teve o marketing da música dele, que a Marlene falou pra ele  cantar para uma das Paquitas, e  a Paquita seria eu.  Ali começou nosso romance que já dura 27 anos no total. Graças a Deus!

NJ: Ao que você atribui o sucesso do relacionamento?

Sorvetão: Eu  não quero ser exemplo para ninguém, mas acho que não tem um segredo. Acho que o principal é querer estar com o outro, respeitar os limites, ter muito respeito. Um tem que estar disposto a ensinar e aprender com o outro, isso é muito gostoso. E a amizade também é muito importante.

NJ: Como é a Andreia mãe da Giovanna e da Maria Eduarda?

Sorvetão: A Giovanna me fez ser mãe aos 24 anos, mas sempre amei criança. Acho que o extinto materno não vem com manual, tem que ir aprendendo. Claro que errei e continuo errando em muitas coisas. Mas também acerto em muitas outras. Eu vou ajustando tudo e Deus vai me dando sabedoria para ser uma boa mãe.

NJ: Como foi a sua reação quando a Giovanna decidiu que também queria seguir a carreira artística?

Sorvetão: A arte é a praia dela. Eu a coloquei no curso do Wolf Maia e pedi para os amigos avaliarem. Todos foram unânimes, ela realmente nasceu pra ser atriz. Mas a minha vida é muito corrida e eu não podia parar tudo para ela começar cedo. Hoje ela está com mais de 18 anos e se realmente quiser seguir, iremos apoiá-la. Mas eu gostaria muito que ela tivesse outra opção, pois a profissão é muito instável. Mas ela estuda Relações Internacionais e já já vai decidir com segurança o próprio caminho.

NJ: Como foi a experiência de trabalhar com Os Trapalhões na época do Trapa Hotel?

Sorvetão: Trabalhar com os Trapalhões foi a realização de um sonho porque eu sempre os curti muito, desde pequena. E de repente estava ao lado deles trabalhando e aprendendo muito. Tenho uma experiência muito boa em comédia e improviso porque aqueles caras são feras.

NJ: Chegou a ser noticiado que você iria substituir a Xuxa no programa durante a licença maternidade. Por que isso não aconteceu?

Sorvetão: Então, foi noticiado, até mesmo por ela. Eu cheguei a gravar um programa onde ela me  passava o microfone e no programa seguinte eu já seria a apresentadora. Já tinha tudo montado, com cenário e tudo. Mas a informação que chegou pra mim foi que houve uma pesquisa na casa e o pessoal queria continuar vendo a Xuxa no ar. Eu vejo isso até como uma pesquisa meio covarde, porque quem não gostaria de continuar vendo a Xuxa no ar?Até eu, né? rsrsrs. Então decidiram fazer de outra forma e não como havia sido planejado.

NJ: Como é a sua relação com o público infantil?

Sorvetão: Eu amo trabalhar com o público infantil. Inclusive tenho um trabalho Gospel Infantil, mas é um mercado muito complicado pois, infelizmente, o julgamento começa a partir da própria igreja e eu faço esse trabalho por amor. Se eu sou convidada, eu vou. Mas é complicado porque tem que ter um investimento e eles investem mais em pessoas que já estão aí há muito tempo. Mas eu tenho um trabalho muito lindo e muitas pessoas têm acesso a ele.

NJ: Você apresentou um programa de Rede TV. Por que saiu da emissora?

Sorvetão: Na verdade, fui a primeira contratada da Rede TV, larguei a rede Globo para ir pra lá. Ela ainda nem se chamava Rede TV, quando fui contratada. Eu vesti a camisa da emissora, vi tudo começar, inclusive a construção dos estúdios, vi tudo, acompanhei tudo. Saí com a minha família toda aqui do Rio e fui para São Paulo acreditando no projeto. Era o programa “Galera na TV”, com o pessoal do Castelo Rá-Tim-Bum. Pessoas muito renomadas trabalhavam comigo. Mas infelizmente a emissora teve um problema com a Manchete, não tinha credibilidade de anunciante e todo programa precisa de anunciantes. Então, um belo dia, com apenas nove meses de contrato, me chamaram durante uma gravação informando que iriam parar. Eu gravei o dia todo e à noite me passaram essa informação. A equipe foi toda mandada embora e eu continuei na casa porque tinha um contrato. Eu cheguei a conseguir uma produtora e patrocínio, mas não me davam mais atenção para eu poder voltar a ter um programa. Hoje eu acho que não faço o perfil da emissora, a verdade é essa.

NJ: Tem planos de voltar a apresentar?

Sorvetão: Em breve eu estarei voltando, com certeza! A internet está aí dando essa oportunidade para a gente voltar e fazer trabalhos novos independente da TV. Mas eu amo a TV, praticamente nascí na TV e gostaria muito de voltar pra lá.

NJ: Mudaria alguma coisa na sua trajetória?

Sorvetão: Não. Eu tive que fazer escolhas e talvez algumas escolhas não tenham sido feitas na hora certa. Mas eu não me arrependo de nenhum trabalho que tenha feito. Ao contrário, todos serviram como experiência da minha vida profissional e se hoje tenho bagagem, é por causa de todos eles.

NJ: Quais são os artistas que tocam atualmente na sua playlist?

Sorvetão: Eu gosto muito de música brasileira, do sertanejo. Hoje ouço mais Jorge e Mateus, Marcos e Belutti. Roberto Carlos, Fábio Júnior e Roupa Nova, nunca deixaram de tocar. Amo Ivete, Claudinha Leitte. Sou bem eclética.

NJ: Em momentos de folga, quais são os seus passatempos preferidos?

Sorvetão: Meu passatempo preferido é ficar com a minha família, ir ao cinema, jantar, ir ao teatro. Mas estar com a minha família é o melhor de tudo!

NJ: Como foi a experiência de participar do Reality com o maridão?

Sorvetão: Foi ótimo participar do Power Couple. É super diferente da Fazenda, né? Eu estava junto com ele, tinha uma pessoa para conversar, trocar ideia e isso é muito bom. É um belo projeto e eu adorei participar. Mas queria ter levado pelo menos o 2º lugar rsrsrs. Não tem jeito, a gente sempre será um casal power.

NJ: Qual é o seu maior sonho?

Sorvetão: Sonho muito em ver minhas duas filhas encaminhadas profissionalmente e emocionalmente.

NJ: Um lugar

Sorvetão: Minha casa.

NJ: Uma frase

Sorvetão: “Tudo posso naquele que me fortalece”.

NJ: Uma mania

Sorvetão: Falar sozinha. Apesar de eu nunca estar sozinha porque Deus está sempre comigo. Então estou sempre falando com Ele rsrs

NJ: Viagem inesquecível

Sorvetão: Graças a Deus tenho várias, mas a mais recente para Portugal com minha família foi muito emocionante!

NJ: Andreia Sorvetão por Andreia Sorvetão

Sorvetão: Eu não gosto muito de me definir, mas sou uma pessoa muito positiva, pelo menos eu tento ser. Claro que tem dias que é complicado. Mas com fé, a positividade volta. Tento enxergar a vida com olhar de alegria, de oportunidades porque acho que assim a gente caminha melhor. Mas prefiro que os outros me definam. Coloca aí: definam a Andreia Sorvetão rsrsrs

NJ: Déa, meu amor, muito obrigada por essa entrevista linda e por nos receber na sua casa com tanto carinho.

Sorvetão: Obrigada você, meu amor. Um beijo grande e que Deus abençoe sempre seus caminhos.

Galeria:

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

2 Comments

  1. Avatar
    Dalia Leal
    7 de agosto de 2017 at 10:26 Reply

    Gostei de ver essa menina guerreira, profissional e tão querida!
    Q Deus a abençõe e a ajude a realizar seus objetivos!
    Parabéns Andreia Faria! desejo mto sucesso em sua profissão e em toda sua vida!
    Excelente entrevista de Luciana Leal! amei e de montão!❤

  2. Avatar
    Acacio
    7 de agosto de 2017 at 16:11 Reply

    Boa tarde!
    Confesso que gostei muito de sorvetão. Essa mania de substituir almoço por sorvete e banana split; era fã.
    Passou poucas e boas. Mas encontrou um grande amor.
    Final feliz!

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