Foto: Lucas Zomer
Apaixonado por cinema, sonhador e muito focado nos seus objetivos. Assim é Gustavo Cruz, líder de um dos canais mais acessados pelos cinéfilos brasileiros. Acompanhe nosso bate-papo.
SNJ: Gustavo, sobre quais assuntos costuma falar no seu canal?
Gustavo: Conto histórias de forma geral, gosto principalmente das que envolvam filmes e como eles foram feitos. Faço listas com indicações de filmes ou artistas que gosto e também crio vídeos análises com opiniões sobre pontos específicos dos filmes ou artistas. O que me dá mais prazer é fazer vídeos pessoais, contando como filmes e momentos mudaram minha vida.
SNJ: Quando e como começou o seu interesse pelo cinema?
Gustavo: Desde muito pequeno, antes mesmo de saber ler, assistia aos filmes com legenda e minha mãe lia tudo pra mim. É algo que está atrelado a quem sou antes mesmo de ter uma lembrança de quando tudo começou.
SNJ: Como faz para lembrar de todos os detalhes dos filmes que assiste e abordá-los nos seus vídeos?
Gustavo: Costumo assistir duas vezes pelo menos. A primeira vez assisto sem analisar ou pensar, deixando que o filme passe sua mensagem, na segunda abordo com um olhar mais analítico e crítico para criar um discurso que misture a emoção com a razão.
SNJ: Como você avalia o cinema nacional e em sua opinião, o que falta para ele estourar de vez?
Gustavo: Acho que existem muitos filmes bons sendo feitos, infelizmente é difícil ver o contato do público com a maior parte deles. Ainda não sei qual pode ser a solução e sei que muita gente está atrás dessa resposta. Quem sabe essa resposta não esteja na internet?
SNJ: Quais são os filmes que você sabe que são ruins, mas que gosta mesmo assim? (risos).
Gustavo: Muita gente fala que os filmes do Adam Sandler são ruins, eu gosto muito dele mesmo sabendo que algumas produções são realmente muito ruins.
SNJ: É possível escolher o seu filme preferido? Qual?
Gustavo: Não consigo escolher, cada filme acaba marcando nossa vida de uma forma diferente, tanto na primeira vez que assistimos como na décima. Sim, eu disse décima (risos).
SNJ: Quem é o verdadeiro autor de um filme? O diretor ou o roteirista?
Gustavo: Essa é uma resposta complexa. Existe o conceito de que o diretor é o autor do filme, isso ganhou força na frança com a Nouvelle Vague quando os diretores escreviam seus filmes e assim se transformavam em autores da obra por completo. Depende muito do tipo de filme e onde ele foi feito. Gosto de pensar que todas as pessoas envolvidas são autores da obra, cinema é uma arte coletiva.
SNJ: Você tem planos de dirigir curtas para postar no seu canal?
Gustavo: Tenho sim, na verdade esse é o plano principal para o canal, vou começar em breve.
SNJ: Estamos vivendo em um momento no cinema “mainstream” onde os filmes de super-heróis têm dado lucros gigantes. Você acha que esse tipo de filme vai acabar cansando e perdendo a audiência ou sempre terá público para eles?
Gustavo: Sempre terá público, os heróis são muito importantes para as pessoas. Se eles repetirem a fórmula muitas vezes pode ficar cansativo para maior parte das pessoas, mas tenho certeza que muitos fãs vão continuar assistindo.
SNJ: Para quem já nasceu em uma época de filmes modernos e se interessa muito por cinema, qual é o caminho para iniciar a visitar os grandes clássicos?
Gustavo: Eu gosto de escolher os diretores de filmes modernos e procurar quais são suas referências. Assim você encontra outros diretores e mais filmes. É uma experiência reversa, ao invés de começar pelos primeiros filmes, você começa de trás pra frente. Além disso existem diversas listas com melhores filmes, melhores diretores e também com os movimentos cinematográficos que marcaram história.
SNJ: Qual personagem você traria para a realidade se pudesse e por quê?
Gustavo: O Batman. É o meu herói favorito e o mundo precisa de alguns.
SNJ: É possível uma série ser tão completa e profunda quanto um filme?
Gustavo: Com certeza. Hoje em dia diversos diretores e atores importantes têm interesse em fazer trabalhos na tv exatamente por existir essa possibilidade de aprofundar mais as histórias. O desenvolvimento das histórias e dos personagens pode ser muito mais complexo. Breaking Bad, The Sopranos, Mad Men. Esses são alguns exemplos de séries incríveis.
SNJ: Qual é o seu conselho para quem está começando a estudar cinema?
Gustavo: Leia muito, pesquise muito, mas principalmente grave muitas coisas com seus amigos ou até mesmo sozinho. É uma arte que se aprende na prática e no erro.
SNJ: Vale a pena estudar cinema do Brasil?Tem mercado aqui ou realmente é melhor estudar no exterior?
Gustavo: Eu acredito que sempre vale a pena estudar algo que você ama, independente do lugar. Existe um mercado aqui no Brasil, não é fácil de entrar, mas nenhum mercado é fácil. Eu tenho muita vontade de estudar no exterior também, a experiência de vida e de conhecimento com certeza é gigantesca. Tudo vai depender dos seus objetivos e sonhos, mas enquanto está na dúvida, pegue um livro e comece agora!
SNJ: Quais são as opções de emprego para uma pessoa com formação em cinema que não pretende se tornar um diretor?
Gustavo: O cinema é uma industria com várias áreas e com várias possibilidades de emprego. Direção de Fotografia, Direção de Arte, Edição, Som, são algumas das opções de caminhos, existem muitas carreiras possíveis além da direção, é só dar uma olhada nos créditos finais dos filmes, são muitas pessoas envolvidas no processo.
SNJ: O cinema geralmente é visto como um passatempo, um lazer. Mas para você que trabalha com isso, é possível assistir a um longa de forma despretensiosa?
Gustavo: Ficou mais difícil depois de aprender mais sobre direção, roteiro e edição… Ao mesmo tempo que é muito legal, você não consegue ver as coisas de forma despretensiosa como via antes. Já tentei ver certos filmes e não consegui desligar essa chave.
SNJ: Nos anos 80, 90, os jogos eletrônicos tinham histórias bastante simples. Hoje em dia, são mais complexos e com histórias quase cinematográficas. Você costuma se interessar por esse universo?
Gustavo: Ainda não tenho muito contato com esse universo mas tenho o desejo de conhecer.
SNJ: Você considera os jogos uma mídia contadora de histórias tão relevante quanto o cinema?
Gustavo: Com certeza. O futuro caminha para experiências cada vez maiores nesse universo, as possibilidades são gigantescas. A relevância vai se dar com as boas histórias que forem contadas. Qualquer mídia depende das histórias.
SNJ: Uma mania
Gustavo: Falar sozinho enquanto edito os vídeos.
SNJ: Uma frase
Gustavo: A felicidade não está na estrada que leva a algum lugar. A felicidade é a própria estrada. (Bob Dylan)
SNJ: Um lugar
Gustavo: O mar, independente do lugar.
SNJ: Um livro
Gustavo: On The Road, Jack Kerouac.
SNJ: Uma música
Gustavo: Mr. Tambourine Man, Bob Dylan
SNJ: Um sonho
Gustavo: Contar histórias do mundo para o máximo de pessoas que puder.
SNJ: Como as pessoas interessadas em cinema podem encontrá-lo nas redes sociais:
Gustavo: Através do meu canal (clique AQUI) e através do meu instagram @gzgustavocruz
SNJ: Gustavo Cruz por Gustavo Cruz
Gustavo: Apaixonado por cinema, sonhador e muito focado nos meus objetivos.
2 Comments
Lúcio
1 de novembro de 2018 at 16:34Ótima entrevista. gosto muito do canal de Gustavo. Parabéns!
Dalia Leal
1 de novembro de 2018 at 23:34Excelente entrevista!
Parabéns Luciana Leal☀️🌜🌟💚
Amei💋❤