Neta da atriz Hilda Rebello, irmã do ator João Rebello e sobrinha do diretor Jorge Fernando, ela cresceu entre estúdios e coxias. Hoje, já soma nove novelas no currículo, com destaque para os remakes de “Ti Ti Ti” e “Guerra dos Sexos”, além de “Êta Mundo Bom”, quando viveu a senhorita Olga. Está em cartaz no teatro Miguel Falabella, no Rio de Janeiro, com a comédia “Tem uma Mulher na Nossa Cama”, ao lado do ator Marcelo Duque e no ar na novela “Verão 90”, da Rede Globo, vivendo a Diana. É com a atriz Maria Carol que conversamos agora.
NJ: Carol, qual foi o seu primeiro contato com o teatro?
Carol: Eu nem me lembro qual foi o meu primeiro contato com o teatro porque foi muito natural. Eu cresci entre as coxias de teatro e estúdios de TV, minha mãe é produtora de teatro, meu tio é diretor. Então eu sempre estive nos palcos. Desde criança sempre fiz vários cursos de teatro.
NJ: Você está em cartaz espetáculo “Tem uma Mulher na Nossa Cama”, conte-nos um pouco sobre o texto.
Carol: “Tem uma mulher na nossa cama” é uma deliciosa comédia de casal com a famosa “DR” dos casais e a crise dos sete anos. Só que essa “DR” desencadeia a partir do momento que eles acordam após uma noite de bebedeira e tem uma mulher na cama com eles e eles não lembram de absolutamente nada, não sabem como foram parar ali. E aí começa todo o drama deles, que na verdade, é uma comédia hilária do Sandro e da Ludmila.
NJ: Gosta de trabalhar com comédia?
Carol: Eu adoro fazer comédia, acho que tenho uma certa facilidade, apesar de eu não achar muito fácil pois com as técnicas você consegue alcançar o drama e a comédia depende de muitas outras coisas. Tem o tempo da comédia, eu acho que é uma coisa tem que ser mais natural mesmo, é nato da pessoa. Não me considero uma comediante, mas eu amo fazer comédia e amo ter essa facilidade.
NJ: Como funciona a parceria com Marcelo Duque no palco?
Carol: Marcelo Duque é um parceiro incrível, ele já tem esse viés de comediante e ele também é o autor da peça junto com a Denise Portes. Então, ele costuma falar que escreveu essa peça para fazê-la comigo. É um prazer poder estar no palco com ele. Ele é super talentoso e um amigo muito querido. Eu acho que essa nossa sintonia e amizade transparece no palco.
NJ: “Boom” foi uma escola pra você?
Carol: Sim, eu costumo dizer que o espetáculo “Boom” foi a minha faculdade no teatro. Comecei a fazer com 15 anos, eu fazia um número de plateia com o Jorge. O espetáculo é basicamente um monólogo dele, mas tem duas participações, a minha e a do Marcelo Barros, eu fazia um número de plateia. Ao longo desses 15 anos ao lado dele, conhecendo os principais teatros do Brasil e aprendendo muito, essa participação foi crescendo, a cada ano, a cada ganho de maturidade minha e do meu trabalho até virar uma participação bem maior e a gente criar essa escada para o Jorge brilhar nesse espetáculo de grande sucesso.
NJ: Você está no ar como a Diana de “Verão 90”, da Rede Globo. O que mais a empolga nesse trabalho e como se preparou para viver a personagem?
Carol: Viver a Diana em “Verão 90” é uma delícia, pelo universo da novela. Os anos 90 são muito importantes pra mim, foi a década que eu passei de criança pra adolescente, que eu descobri grandes coisas e poder contar essa história é uma delícia. Me preparei para a personagem basicamente fazendo aulas de surf que foi uma coisa que acabou não rolando, como a gente achou que ia rolar na novela, mas valeu a pena porque eu fiquei super apaixonada pelo surf. Também pesquisei umas coisas desse universo mais hippie e mais “natureba” da Diana, os chás indígenas, a comida macrobiótica… e a equipe inteira é maravilhosa. É um prazer fazer essa novela!
NJ: Falando nos anos 90, “Vamp” foi um grande sucesso. Quais são as lembranças que guarda desse primeiro trabalho na TV e da personagem?
Carol: Sim, Vamp foi o meu primeiro trabalho na TV. O meu irmão, João Rebello, fazia o Sig, um grande personagem que era um dos filhos da Joana Fomm e o Jorge era o diretor da novela. Eu estava sempre acompanhando eles e aí surgiu a oportunidade de um personagem que entrava na metade da novela, eu tinha 8 anos, era filha da Inês Galvão e do Marcelo Picci, irmã do Fred Mayrink que hoje é diretor da Globo. E aí foi como uma brincadeira, eu comecei a fazer as cenas, tinha uma naturalidade em fazer aquilo por conta de toda a minha história mesmo e é muito bom falar sobre esse trabalho, tenho muito orgulho.
NJ: A novela “Alto Astral” abordava temas como mediunidade e reencarnação. Como é a sua relação com a Doutrina Espírita? Costuma se interessar por esses temas?
Carol: Eu cresci dentro de um Centro de Umbanda, minha avó é dirigente de um Centro de Umbanda há mais de 70 anos e faz um trabalho lindo de caridade lá. Eu tenho uma relação linda com o Espiritismo e com a Umbanda, um respeito muito grande. Pra mim a espiritualidade é vida.
NJ: “Êta Mundo Bom” bateu todos os recordes de audiência do horário. A que você atribui esse sucesso?
Carol: Eu acho que tanto “Êta Mundo Bom” quanto “Verão 90” são novelas que fazem sucesso porque tratam com leveza a vida, as relações humanas. Falam de coisas simples. O “Êta” ainda trazia esse universo de pureza e eu acho que as pessoas estão carentes disso, de ver pureza, de ver histórias que remetem ao amor e coisas bonitas. Além disso são novelas muito bem escritas o “Êta” pelo nosso Carrasco e “Verão 90” pela Paula Amaral e pela Isabel de Oliveira. Além do elenco bem escalado e da direção primorosa. Acho que tudo isso contribui para o sucesso de uma trama.
NJ: Quais são as recordações que guarda da Olga?
Carol: Eu tenho muita saudade dela, outro dia eu estava revendo algumas cenas. É muito bom fazer novela de época, poder colocar aquelas roupas, o cabelo, os sapatos, é uma delícia.
NJ: Como avalia o papel da arte na formação do indivíduo?
Carol: Eu acho que tanto a arte quanto a cultura estão totalmente ligadas a educação e são a base primordial para tudo. Estamos vivendo um momento muito triste no nosso país de diminuição dos valores relacionados a ambas. Não se pode esquecer que cultura, arte e educação caminham juntas. A realidade é muito triste realmente e nós artistas temos esse dever de resistir, de não nos calar e de ir atrás, de não deixar essa cultura ficar apagada e em segundo plano jamais.
NJ: Você declarou que gostaria de viver exclusivamente do teatro. Por que isso ainda não é possível?
Carol: A gente vive uma crise no país que está difícil para todas as profissões e para a gente não é diferente. Infelizmente é impossível viver de teatro hoje em dia no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Uma pena! mas a gente não vai desistir de mudar esse panorama.
NJ: Ser neta de Dona Hilda e sobrinha de Jorge Fernando abriu portas ou aumentou as cobranças?
Carol: Eu acho que ser neta da Hilda e sobrinha do Jorge nem abre nem me fecha portas. É apenas mais um aprendizado, são pessoas que me inspiram totalmente na vida e na arte.
NJ: Falando em aprendizado, o que aprendeu com Jorge que costuma colocar em prática diariamente?
Carol: Eu aprendo demais com o Jorge e eu tenho um orgulho absurdo do talento dele, da garra dele, amo vê-lo dirigindo, os acertos, as certezas do que quer. Mas eu aprendo diariamente com ele em casa a praticar a humildade, a empatia, a sempre se colocar no lugar do outro, a não me achar melhor do que ninguém nem privilegiada por alguma posição. A simplicidade dele é uma coisa muito bonita de ver e de aprender.Ele é meu grande mestre, meu maior ídolo, meu professor.
NJ: Como você lida com as críticas?
Carol: Crítica tem fundamento, pode nos ajudar a melhorar de alguma forma. Comentários maldosos são para prejudicar e, às vezes, tem relação com a vida pessoal. Nunca vivi isso pessoalmente, mas já aconteceu de me incomodar pelos outros.
NJ: Como é a Carol mãe?
Carol: Ser mãe acho que é o meu melhor papel. Eu quis ter a minha filha com 22 anos e foi a melhor escolha e o melhor acerto. Não é fácil, ser mãe demanda muitas coisas, é saber lidar com a culpa o tempo inteiro. Mas ela é minha melhor amiga, minha melhor parceira.
NJ: O que a deixa verdadeiramente emocionada?
Carol: Ver minha filha crescer, acompanhar cada passo, cada conquista, cada descoberta. É muito bonito e muito emocionante ver o ser humano que ela está se tornando.
NJ: Uma frase
Carol: “Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nenhuma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma risada” Friedrich Nietzsche
NJ: Um sonho
Carol: Viver de teatro.
NJ: Um lugar
Carol: Aproveitar ao máximo o lugar que estamos no presente.
NJ: Um livro
Carol: Cem Anos de Solidão – Gabriel Garcia Marquez.
NJ: Uma música que a faz sorrir
Carol: “Divino Maravilhoso” do Caetano e do Gil.
NJ: Maria Carol por Maria Carol
Carol: Sou uma mulher forte e livre! E é isso que ensino pra minha filha todos os dias!
Galeria:
NJ: Carol, muito obrigada! Que maravilha tê-la na Nossa Janela.

















3 Comments
Dalia Leal
6 de julho de 2019 at 23:25Maria Carol, excelente atriz! parabéns Luciana Leal pela entrevista! e amei a galeria de fotos!👏☀️🌜🌟
Soneide Maria Barbosa
13 de julho de 2019 at 06:22Nossa, que curriculum assim tão nova, nasceu em uma família cheia de talentos e só poderia ser e uma estrela mesmo, além de linda. Amei a entrevista, vc sempre arrasando fazendo o que ama. Obrigada Lu.
Soneide Maria Barbosa
13 de julho de 2019 at 06:25Quanto talento, nasceu pra brilhar, e é linda.Amei tudo. Obrigada