Leo Bahia

Leo Bahia

Ele ficou mais conhecido do grande público ao interpretar o Igor Poc na novela “O Tempo Não Para”, da Rede Globo, mas coleciona musicais marcantes no currículo. “The Book of Mórmon”, “Ópera do Malandro” e “Bibi, Uma Vida em Musical”, espetáculo que conta a trajetória da diva do teatro Bibi Ferreira, são apenas alguns exemplos. Em cartaz no teatro XP Investimentos com “Baile Partimcumdum”, conversamos com o ator Léo Bahia sobre a peça e a carreira. 

NJ: Léo, o que o teatro significa pra você? 

Léo: É a minha forma de me comunicar com o mundo e com os outros.

NJ: O que mais o interessa no processo de construção teatral?

Léo: Eu acho incrível o processo de adicionar a quem você é, as características do personagem e ir assim criando um ser híbrido entre você e o que está no papel.

NJ: Você está em cartaz no teatro XP Investimentos, na Gávea com o espetáculo “Baile Partimcumdum” Quais são as questões levantadas no texto?

Léo: É um texto que fala sobre responsabilidade afetiva, sobre as reações das nossas ações, sobre enfrentar nossos medos, mesmo que seja pra descobrir que eles pareciam muito maiores na nossa cabeça do que na realidade. 

NJ: Quais são as sensações e reflexões que espera despertar no público através do espetáculo?

Léo: O que a gente entrega com o espetáculo, chega em cada pessoa de uma forma diferente. Então eu espero que cada um tenha o seu próprio olhar sobre a peça e que isso desperte diálogo e diversidade de pensamento. 

NJ: Seu papel mais recente na TV foi Igor Poc de “O Tempo Não Para”. Qual é a sua avaliação sobre esse trabalho e como foi à repercussão nas ruas? 

Léo: Recebi muito carinho! Foi um papel muito gostoso e divertido de fazer. 

NJ: A questão da escravidão foi bastante discutida na novela, inclusive a Zelda (personagem de Adriane Galisteu), utilizava o trabalho escravo e o preconceito racial também foi abordado em vários momentos. Apesar de ter sido abolida, você acha que a escravidão acabou de verdade?

Léo: Apesar de não ser meu lugar de fala, acho que o preconceito racial está na estrutura da nossa sociedade. Ela foi construída com base num sistema escravocrata que deixou de herança muita desigualdade que precisa ser combatida diariamente.

NJ: Qual é a importância do espetáculo “The Book of Mórmon” na sua trajetória artística?

Léo: Foi a experiência onde mais amadureci como artista e como pessoa. 

NJ: Como foi a experiência de fazer uma mulher na “Ópera do Malandro”?

Léo:  Foi incrível. Eu achava o salto alto e a maquiagem pesada super incômodos, mas foi cheio de descobertas artísticas. Fui muito feliz fazendo a Lúcia. 

NJ: Como foi pra você interpretar o Chacrinha?

Léo: Foi uma delícia. Eu estava cercado por uma equipe sensacional e me senti muito acolhido para criar e experimentar. Eu amava fazer essa peça! 

NJ: Houve uma emoção especial em contar a história da diva do teatro, Bibi Ferreira, no palco?

Léo: Com certeza, ao contar a historia de Bibi, contamos também a história do teatro brasileiro, e a nossa história como povo. Foi muito especial.

NJ: Infelizmente estamos vivendo um momento de retrocesso cultural, político e civil. Qual seu posicionamento diante do atual momento que o país enfrenta? 

Léo: Especificamente nas artes, sinto muita tristeza, tudo está muito incerto, projetos minguando, sendo adiados, cancelados. Um país sem cultura é um país sem identidade e esse sucateamento é não só lamentável, mas perigoso. 

NJ: Pra você, como a arte pode ajudar a conscientizar as pessoas contra os diversos tipos de intolerância?

Léo: Acho que a arte abre diálogo, questionamentos, nos abre para conhecer a nós mesmos e o mundo a nossa volta. E quem se conhece e se entende, passa também a conhecer o outro e se reconhecer no outro e entender a dor do outro. Acho que a arte abre caminhos. 

NJ: Quais são seus planos profissionais/projetos para 2020? 

Léo: Vou gravar uma série, mas ainda não posso falar nada sobre (risos).

NJ: Uma frase

Léo: “Amanhã vai ser outro dia”

NJ: Um sonho

Léo: Viajar

NJ: Um lugar

Léo: Mauá

NJ: Um livro

Léo: Cem anos de solidão 

NJ: Uma comida

Léo: Arroz à piamontese

NJ: Uma superstição

Léo: Meditar antes de fazer peça 

NJ: Uma música que o faz sorrir

Léo: I wanna dance with somebody

NJ: Léo Bahia por Léo Bahia 

Léo: Inquieto, incerto e desconfiado.

Galeria:

NJ: Léo, muito obrigada por participar da Nossa Janela. 

Léo: Eu que agradeço! Adorei poder falar contigo!

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

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