Mônica Carvalho ficou conhecida por atuar em grandes novelas na TV. No ar como a Glória, de “Fina Estampa”, que está sendo reprisada na Rede Globo em horário nobre, está engajada em um novo projeto da internet de nome SARALIAELEA, uma tragicomédia sobre três amigas que vivem num quarto e sala em meio a pandemia. E também está fazendo o “Chá das Três”, ao lado de Ticiane Pinheiro e Sabrina Sato.
NJ: Mônica, em 1993 , você estreou na TV na abertura da segunda versão da novela “Mulheres de Areia”, protagonizando cenas ousadas e tornando- se musa. Lembra como surgiu o convite? Qual foi a importância desse trabalho na sua carreira?
Mônica: Eu recebi um telefonema da Marcia Dorneles, dizendo que a Globo estava procurando uma moça para a abertura da novela, então peguei meu book e fui com uma amiga lá na Globo, onde era a sala do Hans Donner. Ele não estava, deixei meu material e saí. No corredor, quando estava indo embora, ele passou por nós, minha amiga o reconheceu. Eu gritei o nome dele, Hans me olhou e eu disse: ” olha minhas fotos! Gostaria de fazer o teste!” não tinha como, pois o Boni iria escolher no dia seguinte, mas mesmo assim ele fez questão de me filmar na sala do RJ TV, e o Boni me escolheu. E a abertura foi linda, um divisor de águas na minha carreira. Uma abertura da Globo com o Hans, era sinônimo de sucesso, e eu sabia. Assim depois da abertura, minha carreira começou. Eu sou muito grata ao Hans, assim que fiz a abertura de “Mulheres de Areia”, fui pedir para fazer a Oficina da Globo.
NJ: Você ganhou notoriedade como atriz ao interpretar a Neusa de “História de Amor”, ao lado de Eva Wilma e Cláudio Corrêa e Castro. Como avalia esse trabalho e quais são as lembranças que guarda dessa época?
Mônica: Foi minha primeira personagem inteira numa novela, que delícia trabalhar numa novela do grande Manoel Carlos, um verdadeiro presente. A Neusinha começou pequena e foi crescendo, o próprio Maneco me disse num telefonema, ele deixou um recado na secretária eletrônica, dizendo que eu fui responsável por ele escrever para mim. A Neuzinha foi um trabalho que me dediquei de corpo, alma e inocência. Só tenho lembranças boas dessa época. O começo de tudo.
NJ: Seu papel mais recente foi a vilã Thanit, uma sacerdotisa pagã, sedutora e sem escrúpulos. O que mais a empolgou nesse trabalho?
Mônica: Que trabalho incrível pela experiência de gravar num set internacional. Praticamente morei no Marrocos por dois meses, foi maravilhoso conviver com diretores, elenco, equipe técnica, todos tão próximos e tão queridos. Falamos 4 línguas no set: francês, árabe, inglês e português, uma salada. Locações maravilhosas e cenários naturais. Amei a experiência e troca cultural. Marrocos é um país de extremos em todos os sentidos.
NJ: Você está no ar em “ Fina Estampa”, que está sendo reprisada da rede Globo, em edição especial. Costuma assistir trabalhos antigos? Bate saudade?
Mônica: Gosto muito de assistir, quando posso, claro. Adoro rever meus trabalhos, olhar para minha história e continuar no mercado de trabalho é tão gratificante. Tenho 12 novelas no meu currículo e revê-las me faz ter a certeza que escolhi a profissão certa.
NJ: Como foi a experiência de fazer a “Pocahontas” no teatro?
Mônica: Fiz teatro infantil no começo da minha carreira. E o teatro sempre vai ser especial e um grande aprendizado, minha experiência mais recente no palco, foi em uma peça que eu escrevi e produzi: “Amor , Humor , o Resto é Bobagem!”
NJ: Como é a sua relação com o samba, a Sapucaí e o carnaval?
Mônica: Eu tenho uma paixão pela Grande Rio, minha escola do coração e tenho uma relação familiar também. O carnaval é uma grande festa popular, a maior do mundo e graças a Deus, é nosso. Devíamos ter muito orgulho dessa grande festa, que só traz coisas boas, trabalho para quem vive do carnaval, criatividade dos grandes carnavalescos e muito dinheiro para a economia do país. Atrai muitos turistas, está na rota de viagens do mundo todo.
NJ: Qual foi o papel que mais a realizou como atriz até aqui e por qual motivo?
Mônica: Fiz tantos…. 12 novelas, mais teatro, alguns curtas. Acho que cada personagem teve sua importância naquele momento. Mas gosto muito dos personagens que o Aguinaldo Silva me deu, principalmente da Socorrinho de Porto dos Milagres. Era bem divertida.
NJ: Como enxerga a política cultural brasileira?
Mônica: Parece que sempre temos que lutar para colocar a cultura no seu devido lugar.
NJ: O teatro deveria ser parte indispensável na formação educacional e cultural de um povo. Contudo, graças às políticas públicas, grande parte da população ainda continua distante da cultura. Para você, como artista, como educar a população a valorizar mais a arte?
Mônica: Acho que nessa pandemia muita gente percebeu que a arte salva. Imagina essa quarentena sem livros, sem filmes, sem séries, sem música e por ai vai… a arte sempre vai encontrar uma forma de se reinventar.
NJ: Como é a Mônica mãe e como encara o desafio de educar duas filhas em idades tão diferentes?
Mônica: Super difícil educar com tantas informações e valores invertidos nessa sociedade que as vezes é tão permissiva. Adolescente acha que pode tudo e sabe tudo, a internet ajuda nisso. Mas sempre acreditei que somos frutos do meio e que temos que ser exemplo para nossos filhos, a informação vai caindo e fica enraizada. Claro que é um trabalho de repetição para nossos filhos, mas o amor sempre tem paciência.
NJ: Mesmo em meio a pandemia, você não parou de produzir e está engajada com mais duas atrizes em um novo projeto. Conte- nos um pouco sobre essa novidade.
Mônica: Não parei de produzir, estava em outros projetos que pararam, como tudo na nossa área, mas tive a ideia de escrever “Saraliaeleia”, uma série que é uma tragicomédia sobre três amigas que vivem num quarto e sala em meio a pandemia. Trazer um pouco de alívio cômico em um momento tão difícil para todos nós. E estou fazendo o “Chá das Três” com a Ticiane Pinheiro e Sabrina Sato que também é um conteúdo para a internet.
NJ: Você testou positivo para o covid-19. Qual foi o impacto físico e emocional da doença pra você?
Mônica: Tive covid, mas graças a Deus foram sintomas leves. Só tenho a agradecer a Deus. O emocional foi mais forte que o físico com certeza.
NJ: Qual é o papel da religião em sua vida?
Mônica: Fundamental! Acredito em Deus, no bem aplicado na vida e no retorno que desejamos com fé.
NJ: O que é felicidade pra você?
Mônica: Saúde, família, amigos.
NJ: Uma mania
Mônica: Escrever.
NJ: Uma palavra
Mônica: AMOR.
NJ: Uma série
Mônica: Saraliaeleia.
NJ: Uma viagem inesquecível
Mônica: Indonésia.
NJ: Mônica Carvalho por Mônica Carvalho
Mônica: Gosto de viver a vida.
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