Lucca Páris

Lucca Páris

Parte do cenário musical de Belo Horizonte, Lucca Páris compõe o New MPB com letras que abordam seu ponto de vista, sem impor uma verdade ao público. Com um EP lançado, sete singles e o primeiro álbum em fase final de produção, começou na música profissionalmente aos 19 anos, apesar de sempre ter tido contato, devido à religião e sua família. Artista e produtor musical, hoje trabalha com letras românticas e sutis, fazendo uso de metáforas para passar sua mensagem ao público.

NJ: Lucca, como nasceu seu interesse pela música e como define o seu estilo musical?

Lucca: Desde pequeno eu procurava uma forma de expressão para me aliviar de tensões que eu nem sabia que eram tensões. A música se encaixou muito bem, meu pai fornecia os cds e eu consumia todos, desde de Djavan até Mamonas Assassinas. Nesse tempo vi que gostava de cantar, de me expressar dessa forma e pensar na música como forma de trabalho foi algo mais atual. Em torno dos meus 19 anos, me via em uma área que não gostava, não era questão de dinheiro, mas de chegar em casa e ter paz comigo mesmo sabe? eu queria fazer o que eu pudesse para não me sentir injusto comigo mesmo. Com uma habilidade latente na música, mais algumas aulas de canto e violão, eu quis ir de cabeça no meu trabalho, nas minhas composições e nos meus propósitos. Como eu componho, não penso em gêneros, mas em emoções… quando me satisfaz, eu paro. Essa construção de gênero acaba sendo crucial para mim, na hora de direcionar meus esforços no Studio ou na forma de interagir com meu público. Me vi nesse “ new MPB” e tenho fortes referências e admirações da MPB, mas esse “New” me atraiu porque ele é a variável, onde eu posso brincar, sair das regras, ser criativo, original e contemporâneo também. Tenho 26 anos, sou um músico independente desde sempre, o violão foi o instrumento que me permitiu fazer “algo”, mas isso não me define como uma coisa só… eu escuto de tudo, escuto como compositor, como violonista e como um cara de 26 anos em plena pandemia.

NJ: De onde busca inspiração para as suas canções?

Lucca: Das minhas emoções. Eu tento primeiramente suprimir a minha demanda e depois vou lapidando até me suprirem tecnicamente. Eu raramente escrevo o que componho, uso o gravador do celular, até porque sons dão ideias…. Ás vezes o som da TV pode gerar a ideia de um bom arranjo. O ambiente onde vem as emoções importa muito para mim, por isso coloco essa questão de som ambiente em todos as músicas do meu no álbum LUME.

NJ: Como avalia o mercado musical no Brasil?

Lucca: Quanto menos comercial você é, mais crítico o mercado se torna. Mas buscando o equilíbrio dá para suavizar isso. É muito importante se posicionar quanto ao que você faz, até porque o mercado nem sempre vai suprir as suas demandas como artista, e sim como público.

NJ: Quem são suas referências na música?

Lucca: Lenine, Djavan, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Legião Urbana, Cazuza, Paralamas do Sucesso, Emicida, Tiago Iorc. Já da gringa, Adele, Imagine Dragons, Frank Sinatra, The Weeknd, The Script, Snow Patrol, Partynextdoor, Prince, Michael Jackson e por aí vai (risos).  Muita gente, né?!

NJ: Você declarou que se sente mais seguro dentro da metáfora. O que significa a poesia pra você?

Lucca: Quando eu tento falar de sentimentos sem elas, não me sinto compreendido e isso as vezes machuca. Você se sente meio extraterrestre (risos). Com as metáforas a pessoa pode não entender também, mas tem a maravilhosa chance de entender meu sentir!

NJ: Conte-nos um pouco sobre o single “Só de Olhar”.

Lucca: “Só de olhar” é uma música que fiz há algum tempo atrás e ela foi sendo lapidada com os anos. Acho que foi um jeito meu de dizer: “ o que realmente importa está por dentro, quem gostar de você vai saber disso. E o mais importante, se você gostar de você mesmo, vai saber disso”. Eu coloco na mesa minhas crenças em outras vidas, mas eu fiz metaforicamente… Quem não acredita vai pelo menos ter a possibilidade de saber o que alguém que acredita sente. Eu não quis impor nada para ninguém, aliás, eu fui com sentimento de amor profundo… eu tinha me aceitado na composição dessa música. Trouxe tudo o que eu queria, referências tribais, a própria selva, gritos que eu tinha que soltar. Do contrário não seria eu ali… Escutem

 

se tiverem a oportunidade, vão me conhecer bem melhor!

NJ: Dentre as suas canções, qual trecho melhor retrataria seu momento atual?

Lucca: “Matemos a pressa e vamos ser um do outro”, esse trechinho é da minha nova música, “Carinhoso”, que foi lançada dia 12/06, sexta, justamente no dia dos namorados em época de pandemia e quarentena. Nessa fase de estar quietinho em casa, por causa do isolamento recomendado, precisamos lutar com uma ansiedade tremenda, mas o mundo está caminhando no tempo dele, então vamos deixar a pressa um pouco de lado e curtir quem a gente pode curtir, que seja a gente mesmo ou quem tá pertin!

NJ: O que está tocando na sua playlist?

Lucca: The weeknd “Blinding Lights”, Milli Vanilli “Girl you know is true”, George Ezra “Budapest”, Edward Sharpe & The Magnetic Zeros “Home”, Vance Joy “Riptide” e YNW Melly “Suicidal”. Algumas tem haver com uma música minha de trabalho “Sol e Sorte”, sexto lançamento do álbum LUME, já outras são referências para um novo projeto!.

NJ: Quando você pensa em sucesso na música, qual artista vem à cabeça e o que essa pessoa tem que você mais admira?

Lucca: Por ser um músico independente, me vem à cabeça o Emicida. Ele é original e admiro muito o trabalho e posicionamento dele!!

NJ: Quais são as mensagens que pretende passar através da sua música?

Lucca: Que a expressão de qualquer pessoa, seja ela como for, é valiosa, é uma existência… Se formos inteligentes, vamos observar como se fosse o sol que faltara um dia, com uma enorme saudade daquela luz!

NJ: Uma frase

Lucca: Eu quero morar no mundo!

NJ: Um sonho

Lucca: Tocar no Lollapalooza, e correr o palco inteiro!!!

NJ: Um lugar

Lucca: Havaí.

NJ: Uma música que o faz sorrir

Lucca: “Amor de Índio”.

NJ: Uma meta

Lucca: Ganhar um Grammy.

NJ: Uma saudade

Lucca: Minha madrinha! ela faleceu no início deste ano!

NJ: Uma série

Lucca: This is us.

NJ: Lucca Páris por Lucca Páris:

Lucca: Mutável! Sempre em movimento!

NJ: Lucca, muito obrigada por participar da Nossa Janela!

Lucca: Gratidão, genteeee! Se cuidem!! Um Beijo!!

 

 

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

1 Comment

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    Lidiane
    11 de maio de 2022 at 12:46 Reply

    Sou apaixonada por este artista! A música só de olhar é a minha preferida!

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