Filho de Cecil Thiré e neto de Tônia Carrero, ele tem a paixão pelos palcos no DNA. Em cartaz no Teatro Leblon, ao lado de Mateus Solano, com o espetáculo Selfie, o nosso convidado de hoje é o ator e diretor Miguel Thiré. Confira nosso bate-papo super descontraído:
DMJ: Miguel, o que mais lhe chama atenção no texto de Selfie?
Miguel: A mensagem mais importante do texto é que dentro de muito humor e várias opiniões diferentes, alerta pra a gente tomar cuidado se a vida virtual estiver tomando mais tempo do que a realidade.
DMJ: Você é muito dependente do celular, da internet e das redes sociais?
Miguel: Eu não gosto muito de rede social. Grupo de whatsapp me dá uma irritada, sou meio “garoto enxaqueca” com grupo de whatsapp. Mas sou viciado em previsão do tempo e trânsito. E agora tenho um novo vício virtual que é que é muito bom. Fico olhando o site de vendas e acompanhando quantos ingressos já foram vendidos rs. É sério, eu passo o dia acessando, é muito divertido. rs
DMJ: Você já dividiu palco outras vezes com o Mateus Solano. E as outras pessoas envolvidas no projeto?
Miguel: É, eu já tinha feito outros trabalhos com Mateus. E nós dois já tínhamos trabalhado com o Carlos Grum e com a Dani (Ocampo). Nos conhecemos desde a época de Tablado, com 18 anos de idade. E trabalhar com o Caruso era um sonho.Ele le é mais jovem que a gente rs. Grande profissional, entende tudo de plateia e isso é muito incrível. Quantos sucessos ele já teve e como ele se comunica bem,né? A mão dele na peça fez a história ficar amarrada, redonda.
DMJ: Algum fato marcante que viveram ou durante os ensaios?
Miguel: Pertinho do final do nosso processo de preparação para o espetáculo, alguém levantou o protesto que a gente se comunicava o tempo todo pelo whatsapp e nunca tinha saído pra tomar um chopp. Que loucura, né? Ensaiando a peça que fala sobre isso e a gente mesmo não praticava. Aí perto do final vivemos uma experiência maravilhosa, conseguimos fazer uma viagem e ficar 5 dias juntos em um sítio e isso foi fundamental para o processo porque foi uma energia completamente diferente. São constrastes né? A gente acaba se pegando refém.
DMJ: Na verdade é muito difícil se desconectar, né? As facilidades da internet mudaram o mundo completamente!
Miguel: Sim, totalmente. Porque é uma novidade fascinante, genial. Ali no ato você tem acesso a qualquer pessoa, a qualquer informação. Os cruzamentos, as redes sociais, os aplicativos. Se você quiser ir a um restaurante, você clica e já aparece os mais indicados a poucos metros de você. E isso em qualquer lugar do mundo. É impressionante como ajuda em tudo.
DMJ: Na peça você faz vários personagens diferentes. É um desafio transitar entre tantas personalidades em um mesmo espetáculo?
Miguel: É uma delícia transitar por tantos personagens em um mesmo espetáculo. É um trabalho muito cuidadoso, muito minuncioso, que demora muito até se afinar. O mais importante é conseguir que os personagens sejam diferentes, mas que todos eles estejam ali pra contar a história do Claudio. Cada personagem é uma chave dentro da história.
DMJ: E Como tem sido a resposta do público?
Miguel: Maravilhosa. Na verdade não tem como não se identificar,né? rs. Todo mundo é invadido por isso. Então a gente resolveu extravasar. Tenho um amigo que fala que a internet acabou com a conversa de boteco. Qualquer dúvida sobre algum assunto, não se discute mais, basta pesquisar na hora pelo celular! rsrs E a peça é isso. Fala dos cuidados que a gente tem que ter, mas também fala das inúmeras vantagens que a tecnologia nos oferece.
DMJ: Como funciona a composição da peça?
Miguel: é uma composição de teatro que a gente já fez outras vezes, de mímica, de teatro físico. Então a gente não tem um cenário, é apenas uma plataforma onde tudo acontece. Através de corpo, de voz, a gente compõe o cenário, todas as variações de personagens e muitas vezes, a trilha sonora e os efeitos um do outro.
DMJ: Você conseguiria viver sem teatro?
Miguel: Nunca. Na verdade os atores que vêm do teatro não conseguem.
DMJ: Quando decidiu que queria ser ator?
Miguel: Todo mundo tem a sensação que eu descobri isso muito cedo. Mas na verdade, tenho colegas de profissão que já tinham essa certeza muito antes de mim. Aos 13 anos eu já estava no Tablado, mas só aos 17 que fui perceber que queria fazer profissionalmente aquilo que me divertia tanto fazendo.
DMJ: Você vem de uma família de feras da dramaturgia. Acredita que houve influência deles para seguir a carreira artística?
Miguel: Dentro de casa não teve essa passada de bastão automática, ao contrário. Sempre pediam para tomar cuidado, que é uma profissão complicada. Me deixaram sempre aberto pra fazer o que eu quisesse. O meu pai inclusive sempre brincava pedindo que alguém não fosse ator, porque se a profissão fosse à falência, alguém tinha que salvar a família rs. Mas foi através da minha experiência de frequentar as coxias de teatro da minha mãe, que é produtora, do meu pai que é diretor e atua, da minha vó que é atriz e fez sempre grandes espetáculos que fui me encantando com esse mundo e percebendo que era o que queria pra mim. Tem muita gente que fala que o passo da coxia pra o palco é menor que da plateia para o palco,né?
DMJ: E rola muita comparação?
Miguel: Acho que a comparação é muito mais minha. Muito mais uma cobrança pessoal do que de fora pra dentro. Pra dar sequência, criei quase que um general que se obriga a ser perfeito. Mas devagarzinho eu tô colocando mais esse geral sentado no fundo do teatro e procurando sempre fazer mais e me cobrar menos.
DMJ: Você já foi dirigido pela dama do teatro Bibi Ferreira. Como foi essa experiência?
Miguel: Lu, foi incrível. Já fui dirigido por ela três vezes. Aprendi muito com a Bibi, tem coisas que até hoje eu uso muito. O jeito de se portar. Tem umas máximas maravilhosas. Por exemplo, quando você chegava atrasado no ensaio, não tinha briga, não tinha esporro. Mas também não tinha que se explicar pra não perder mais tempo rs. Tinha uma frase que ela usava que era maravilhosa: “Sem histórico” rs. Porque você já está errado, já está atrasado e ainda vai dividir o histórico? Não dá, né? rss
DMJ: Passar a dirigir modificou de alguma forma a sua visão como ator? Quais são as maiores diferenças entre as duas profissões?
Miguel: São duas situações super diferentes. Um é o maestro que rege a orquestra e o outro é o músico, que executa e fica na linha de frente. Os dois são muito fortes dentro de mim!
DMJ: O que te deixa mais feliz?
Miguel: Sem dúvidas, estar em cena!
DMJ: O que costuma fazer nos momentos de folga?
Miguel: Gosto de aproveitar o Rio, pedalar, passear, ir à praia…
DMJ: Uma frase
Miguel: Tem uma dos Beatles que eu gosto muito. Nem vou falar como está na letra e sim como ela fica na minha cabeça: “ Vida é aquilo que acontece enquanto você está preocupado pensando em outra coisa”
DMJ: Miguel Thiré por Miguel Thiré:
Miguel: Sei lá… pode não saber? Que difícil! Sabe por que eu não vou conseguir responder isso? Porque o que eu disser hoje, no dia que pessoa ler já pode ser uma inverdade.
DMJ: Miguel, muito obrigada! Espero poder contar com a sua participação outras vezes nessa Janela que também é sua. Sucesso e beijo de luz!
Galeria de fotos:
Clique AQUI e confira a matéria completa sobre o espetáculo SELFIE.
Clique AQUI e confira matéria com Mateus Solano.
AGRADECIMENTOS:
Aos amigos Stella Stephany e João Pontes
SERVIÇO:
Luciana Leal veste look Bruna Araújo e acessórios Empório Valentinni
Teatro Leblon (sala Marilia Pêra): Rua Conde Berdotte n 26 – Leblon
Sexta às 21:00
Sábado as 19:00 e às 21:00
Domingo às 20:00
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