Foto: Fagner Soares
Bruna Altieri estará no longa “Tração”, filme de André Luiz Camargo e roteiro de James Salinas que abordará o universo das motos. Além do filme, a atriz também estará na série “Limits”, uma produção entre Brasil e EUA. Começou no teatro aos 8 anos e hoje depois de passar pelas mãos de renomados preparadores de atores como Susan Batson, em Nova York, e Sérgio Penna, no Brasil, está cursando o último ano acadêmico em Artes Cênicas pela PUC-Rio. Seu papel mais recente na TV foi a princesa Valentina em “Deus Salve o Rei”, da Rede Globo. É com ela que conversamos agora.
NJ: Bruna, qual foi o seu primeiro trabalho como atriz? Como tudo começou?
Bruna: Comecei no teatro, estudando peças e fazendo sarais. Hoje, na faculdade, ainda sinto esse começo. Concluo ainda esse ano, o curso de Bacharel em Artes Cênicas pela PUC- Rio.
NJ: Você estará no longa “Tração”, filme com direção de André Luiz Camargo e roteiro de James Salinas que abordará o universo das motos. O que pode nos adiantar sobre esse trabalho?
Bruna: Isadora é uma menina empoderada e a grande responsável por manter o grupo unido. Ela tem o sonho de poder correr, mas o pai (Ajax) a proíbe por medo de perder a filha, assim como perdeu a esposa, mãe da Isadora quando ela era mais nova. É uma personagem sem frescuras, que sabe tudo sobre motos, da parte mecânica até a prática como piloto. O resto vou deixar pra vocês descobrirem quando assistirem ao filme. Suspense! risos.
NJ: Sua personagem é uma motociclista. Como se deu o seu processo criativo? Fez algum tipo de laboratório?
Bruna: Eu fiz aulas pra aprender a andar de moto, estudei mais sobre motocross e também sobre a parte técnica do funcionamento de uma moto. Na realidade, me aprofundei em tudo que fazia parte do universo da personagem. Infelizmente, ainda não consegui finalizar o laboratório prático por conta da quarentena, mas sigo me preparando e entendendo cada vez mais, a mente da Isadora, através dos textos e pesquisas.
NJ: Como foi a experiência de gravar em Nova York a minissérie”Limits” e do que ela trata?
Bruna: A minissérie está andamento. Era para eu estar em Nova York nesse momento, mas, por causa da pandemia, as gravações e a viagem foram adiadas. Não posso falar muito porque, talvez, o roteiro sofra alterações depois de tudo isso. O que posso adiantar é que interpreto a Nathalie, uma jovem que foi abandonada pela mãe brasileira e criada pelos seus avós paternos americanos.
NJ: Você fez a princesa Valentina em “Deus Salve o Rei”, na Rede Globo. Quais são as lembranças que guarda desse trabalho?
Bruna: Minha participação como a princesa Valentina foi rápida, mas foi muito bacana estar no set. Tive a oportunidade incrível de estar entre vários profissionais que admiro.
NJ: A TV lhe conquistou?
Bruna: Sim! a TV é um veículo onde o nosso trabalho pode ser mais visto, que alcança um número maior de pessoas. Pretendo atuar mais na TV e fazer mais personagens que me desafiem como atriz.
NJ: Você costuma observar e absorver dicas dos seus colegas de elenco?
Bruna: Sempre! ainda mais quando no elenco, tem atores com toda uma uma história, carreira, e que já passaram por várias experiências.
NJ: Com quem sonha atuar e com quem gostaria de voltar a atuar?
Bruna: Ainda estou começando, mas um dia, quem sabe, sonho em atuar com Fernanda Montenegro ou Jane Fonda. Minha admiração por elas é enorme! mas, agora, em “Tração”, já terei a honra de contracenar com outros grandes atores que sempre admirei.
NJ: Você é filha de italiano, e fala inglês fluente. Tem planos de iniciar uma carreira internacional?
Bruna: A verdade é que não basta ser atriz, é preciso também ter oportunidades de trabalho… Se essa oportunidade for internacional, ótimo! Se for no Brasil, será maravilhoso porque já estou aqui. Na realidade, o inglês é a minha primeira língua, aprendi primeiro. Comecei a falar o português logo depois. Falo os dois idiomas sem sotaque, o que facilita muito caso eu seja escalada para papéis aqui ou lá fora.
NJ: Como está sendo sua rotina nesse período de quarentena e o que mais tem aprendido com tudo isso?
Bruna: Existem dias e dias. São muitos altos e baixos. Emocionalmente, eu digo que não existe como não se afetar com o que estamos vivendo. O mundo está “parado” por uma causa maior. Como sou uma pessoa ansiosa, não consigo ficar quieta. Estou tendo aulas da faculdade online, lendo roteiros, livros, escrevendo e vendo filmes clássicos que eu sempre deixava pra depois. Também voltei a cozinhar. Nós, italianas, adoramos uma cozinha! (risos). Tenho feito atividades físicas mais lentas como alongamentos e treino em casa.
Aprendi que o valor da vida é muito mais do que só conquistas. Percebi que o amor próprio não é só sobre amar a si mesmo, é também sobre o amor ao próximo. Entendi que cuidando de nós, estamos cuidando do outro. Não estamos sozinhos. Precisamos de um todo para continuar vivendo.
NJ: De onde busca forças para transpor os obstáculos da vida?
Bruna: Já recebi muitos “nãos” e já me decepcionei algumas vezes apesar da pouca idade. Sempre quando estou mal, recorro à minha família. Com eles, aprendi uma grande lição: “Não será fácil. Levante a cabeça porque amanhã é outro dia e você terá a chance começar de novo.”
NJ: Como é a sua relação com as redes sociais e como avalia a superficialidade das relações da era digital?
Bruna: Como atriz, as minhas redes sociais também são usadas como um gancho a mais de trabalho e é onde me comunico com meu público. Eu sou da geração que já cresceu com acesso à tecnologia. Hoje, com 20 anos, percebo que cresci com a internet. Eu vejo que a nossa realidade atual, a “dependência” da internet, faz com que muitas vezes as pessoas tratem as coisas como algo descartável. Muito do que vivemos se tornou superficial… vivemos divididos entre o mundo real e a pseudo realidade do mundo virtual onde você pode ser o que quiser, onde você pode ter acessos rápidos e em grande parte rasos, onde a profundidade e conhecimento vastos se tornaram raridade.
NJ: Uma frase
Bruna: “É a mesma vida, independente se passamos por ela rindo ou chorando” – Provérbio Japonês
NJ: Um sonho
Bruna: Hoje? Que encontremos uma vacina e uma cura contra o Covid-19.
NJ: Um lugar
Bruna: Rio de Janeiro.
NJ: Uma música que te faz sorrir?
Bruna: “Clair de Lune” – Claude Debussy.
NJ: Bruna Altieri por Bruna Altieri
Bruna: Sem dúvidas, essa é a pergunta mais difícil (risos). Posso dizer que sou uma pessoa muito determinada, que sabe o que quer, intensa com aquilo e aqueles que gosta. Adoro autenticidade e sinceridade. Dificilmente me deslumbro. Sou uma menina, mulher e atriz que ama cinema, dança, música e que ama a arte.
NJ: Antes de concluir, há algum assunto que queira abordar? Alguma mensagem que gostaria de deixar?
Bruna: O mundo parou, mas dias melhores virão. Nunca é tarde demais pra recomeçar e recriar as suas próprias oportunidades. O mundo vai voltar e não iremos esquecer, que como seres humanos, não somos invencíveis, imortais ou donos da razão. Esse momento atual nos mostra que, na realidade, somos todos farinhas do mesmo saco e que, no final desse livro, vamos todos para o mesmo lugar.
1 Comment
Dalia Leal
2 de junho de 2020 at 19:36Bruna Altière é lindíssima👏👏👏
Amei a entrevista!🌞🌜⭐👐