Bruno Bellarmino

Bruno Bellarmino

Foto: Sergio Baia

Bruno Bellarmino sempre quis ser ator, desde as brincadeiras de infância com a irmã. Atuou em mais de 13 séries e estará na próxima fase de Gênesis, da Record TV. Conversamos com o ator sobre a carreira, o novo trabalho e a política cultural brasileira.

NJ: Bruno conte-nos como foi o comecinho da sua carreira. Sempre quis ser ator ou tinha outros planos?

Bruno: Eu, como toda criança feliz, imaginativa e ficava reproduzindo o que via na TV. Mas o fato que me marcou pela primeira vez, foi quando eu estava com a minha irmã brincando em casa. Eu tinha uns sete anos e ela cinco. Propus uma brincadeira: a de quem conseguiria “imitar” com maior verdade o personagem que no desenho animado levava choque. Ela foi primeiro a colocar o dedo na tomada mas não teve tanta “verdade cênica.” Daí me vi motivado a mostrar para ela o que seria levar um choque de verdade, sendo de mentirinha. Engraçado que quando conto essa história, sinto toda a preparação que nós atores temos antes de embarcar numa história. Fui lá, meti o dedo na tomada e POW! Estava pronto! Minha primeira atuação. Gritei! Me contorci todo com o dedo na tomada (risos). Fiquei feliz com o resultado porque vi nos olhos dela o terror de algo tão grave, mas logo em seguida ao rompimento da “tragédia”, a doçura e felicidade do riso vendo que tudo não passou de uma brincadeira. Coitada da minha mãe que, ouvindo os gritos desesperados do filho não tardou a largar o prato de feijão na mesa e foi correndo prestar socorro. A imagem dela na porta toda branca vendo as duas crianças rachando o bico de rir era contrária aos gritos de socorro. Levei uma bronca daquelas…

NJ: Você estará na próxima fase de “Gênesis” onde contracena com a atriz Maria Joana. O que pode nos adiantar sobre a trama e o personagem?

Bruno: A Maria Joana é viva! eu fiquei muito feliz de ter sido convidado pra fazer a novela. E mais ainda, quando soube que faria a trama com a Maria e o Felipe Roque. Quando os conheci, já sabia que estava no lugar certo. O Ekur é um general que vive nessa incerteza do sentimento da rainha. É fiel ao reino, mas é um ser humano, e assim como tal, vai cair em tentações.

NJ: Nesse momento de coronavírus pelo mundo, a primeira coisa que mudou foi a rotina de gravações das emissoras. Quais foram as mudanças na sua rotina?

Bruno: Tudo está paralisado. O momento agora é de tomar conta da saúde para justamente retornamos as atividades. Quero que isso passe sem muitos transtornos para que que todo mundo saia bem dessa e com com saúde.

NJ: Você esteve no elenco de “Rotas do Ódio” que estreou em março, sua 4ª temporada pela Universal TV. A série promoveu um mergulho no submundo dos crimes de intolerância e racismo no coração de São Paulo. O que mais o empolgou nesse trabalho?

Bruno: Primeiro foi o convite generoso da Susanna Lira. Admiro demais o trabalho dessa mulher, diretora e atuante nas causas sociais mais distintas. E segundo, foi o personagem que ela me propôs. O Tito Ministro é um ex skinhead que abandona a vida inútil de violência e racismo tornando-se um policial civil disposto a redenção total. Gosto desses arcos do herói. Gosto de ver o personagem sair do fundo do poço e ressurgir forte com todas virtudes bravas de um herói.

NJ: Você já atuou em mais de 13 séries, sendo duas dela da Netflix (3% e Reality Z- estreia 2020). Como avalia essa nova possibilidade de trabalho que surgiu através das plataformas de streaming?

Bruno: Não tem como negar que quanto mais possibilidades de acesso à filmes e séries, melhor. O mundo gira a todo instante. E o que era novo há dois minutos atrás,  já não será nos próximos. As plataformas perceberam que o público está em todos os lugares. Fico feliz por fazer parte dessa evolução e dessa engrenagem que movimenta o mundo.

NJ: Quando você pensa em sucesso na televisão qual artista vem em mente e qual característica dessa pessoa você mais admira?

Bruno: Eu gosto muito da trajetória do Lázaro Ramos. Eu o admiro pela força que tem. Gosto disso nas pessoas.

NJ: Que tipo de concessão você não faria por nenhum trabalho?

Bruno: Uma cena de sexo sem fundamento. Eu fico nu sem nenhum problema. Na arte tudo é possível quando existe delicadeza, um bom texto e uma boa direção.

NJ: Como analisa a política cultural brasileira? Se pudesse modificar uma única coisa no nosso país, o que seria e por quê?

Bruno: Desde 2013 que somos uma nação de extremos. A ausência de pensamento crítico na sociedade fez surgir um discurso belicista e rancoroso de agentes políticos. Esses utilizaram do descontentamento de uma parcela da sociedade e fizeram um estandarte dos heróis gloriosos. Aqueles que salvarão o Brasil da maldade do mundo, que é: comunismo, a cisão da família e os preceitos cristãos. O fanatismo não combina com uma democracia. Eu mudaria esse fanatismo exagerado por políticos.

NJ: Você sempre chama atenção nas redes com seu estilo. Sempre se interessou por moda?

Bruno: Eu gosto de ser atual. Então tudo que me traga novidades eu compartilho.

NJ: Você é bastante ligado em esportes. Como nasceu a paixão pelo Jiu Jitsu?

Bruno: Eu quando fiz o “Supermax” já tomei um gosto pelo esporte. Mas foi no “Rio Heroes” que eu conheci de fato o Jiu jitsu. Daí não parei mais.

NJ: Quando as dificuldades aparecem no que costuma se apegar para não desistir?

Bruno: Na minha fé. No quanto minha família acredita em mim. Nos amigos verdadeiros que me incentivam desde lá de Olinda. Pelas pessoas que nem me conhecem mas fazem questão de escrever mensagens motivacionais nas minhas redes sociais. É por essa galera aí que eu sigo!

NJ:  Uma frase…

Bruno: Hum… sou péssimo em responder essas frases (rs)assim de bate pronto.

NJ: Um sonho…

Bruno:  Já vivo num sonho. E estou feliz.

NJ: Um lugar…

Bruno: Pernambuco.

NJ: Um livro

Bruno: “Assombrações do Recife Velho”, de Gilberto Freyre.

NJ: Uma viagem inesquecível.

Bruno: Para Juazeiro quando visitei meu filho.

NJ: Uma comida…

Bruno: Qualquer bolo.

NJ : Uma música…

Bruno: “Danada” da Banda Eddie de Olinda.

NJ : Uma meta

Bruno:  Tô curtindo tudo até agora na vida. Então, minha meta é manter minha felicidade.

NJ: Bruno Bellarmino por Bruno Bellarmino

Bruno:  Eu me defino um sonhador.

NJ: Antes de concluir, gostaria de abordar mais algum assunto? Deixar algum recado? Esse espaço é seu.

Bruno:  Nossa, já falei tanto que nem sei mais. Mas eu desejo que as pessoas vejam a história desse homem como uma narrativa de alguém que simplesmente vive a vida. Por isso que eu gosto tanto de contar histórias de outras pessoas. Elas me motivam.

NJ:  Bruno, muito obrigada por participar da Nossa Janela, foi um bate-papo incrível!

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

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