Claudia Rodrigues

Claudia Rodrigues

Ela é atriz e humorista. No currículo, coleciona personagens marcantes como a Ofélia de “Zorra Total”, a Sirene de “Sai de Baixo”, a Thalia da “Escolinha do Professor Raimundo”  e a inesquecível Marinete de “A Diarista”. Há anos em tratamento por conta da  esclerose múltipla, está mantendo em casa a rotina de exercícios e está cheia de planos para voltar a atuar após a pandemia. É com Cláudia Rodrigues que conversamos agora.

Lu: Claudia, como começou a sua relação com o humor?

Cláudia: Quando meu irmão, Márcio, falou que eu era engraçada e que devia fazer carreira no circo. Aí comecei a fazer teatro e em todas as peças, sempre fazia papel de comédia.

Lu: Como foi, pra você,  contracenar com a sua filha Iza no teatro?

Cláudia: Foi maravilhoso. Você ter o seu filho, a sua filha, fazendo o que você mais ama, que é o teatro, foi muito gratificante. Emocionante  tê-la ao meu lado.

Lu: Não dá para entrevistá-la sem lembrar da Marinete do humorístico “A Diarista” que continua bem  vivo na memória dos brasileiros. Qual é a importância desse trabalho em sua carreira?

Cláudia: A Marinete foi de muita importância porque ela foi um presente de um diretor, meu amigo, Mario Lucio Vaz. Acho que eu fiz muito “nome” com “A Diarista”. Contracenei com vários atores de peso e ganhei prêmios com a personagem.

Lu: Como foi  trabalhar com o Chico Anysio?

Cláudia: Foi muito bacana. O Chico foi um cara que me proporcionou várias oportunidades, como por exemplo na “Escolinha”. foi muito importante pra mim ter a honra de trabalhar com um ator que criou mais de 100 personagens.

Lu: Como nasceu a personagem Talia que “beijava muitooooo?”

Cláudia: Um dia, eu fui numa festa à fantasia, e eu tinha uma dentadura que meu pai me deu, que ele comprou numa viagem. Era uma dentadura de plástico com dentes podres. Aí eu botei pra ir na festa, me olhei no espelho e falei “hoje eu vou beijar muuuuuito!”

Lu: Como surgiu o bordão “Sou pobre, mas sou limpinha”?

Cláudia: Um dia, minha mãe falou de uma das empregadas que tivemos lá em casa e ela falou que ela era pobre, mas era limpinha.  Aí eu guardei essa frase.

Lu: De 96 a 98 você interpretou a Karina em “Caça Talentos”. E entre 2002 a 2003 a Candoca, do “Sítio do Picapau Amarelo”. Como é a sua relação com o público infantil e quais são as lembranças que guarda desses dois trabalhos?

Cláudia: Minha relação é boa, porque eu sou da altura deles e isso gera identificação (risos). Eu também dei aula (de Educação Física), muito tempo para crianças. Fazendo a Karina, eu podia ser eu e tinha que comer muito. já a Candoca, pra mim, era tão metida, tão metida, que ela humilhava todo mundo do Sítio.

Lu: Como avalia a sua trajetória artística até aqui?

Cláudia: Acho que fui muito bem. Ganhei muitos prêmios, fiz programas de renome como “Zorra Total”, “Sai de Baixo”, “A Diarista”, além do trabalho no teatro e no cinema, onde fiz dois longas com a Xuxa e também um trabalho de dublagem em “Nem Que a Vaca Tussa”.

Lu: Em sua opinião, o humor que é feito hoje é um reflexo do nosso tempo ou uma reação a ele?

Cláudia: Acho que é uma reação, porque o que estamos vivendo hoje em dia não é bacana. Batemos de frente mesmo.

Lu: Se pudesse se encontrar com a menina que foi no passado, o que diria a ela?

Cláudia: Continue nesse caminho que você vai longe!

Lu: Como você avalia a atual política cultural brasileira?

Cláudia: Eu acho que não damos valor à nossa cultura como deveríamos. A arte no Brasil não é valorizada e é riquíssima, seja na TV, no cinema, no teatro, na música ou na literatura. Acredito que deveríamos dar mais valor ao que produzimos artisticamente.

Lu: Como descobriu a esclerose múltipla?

Cláudia: Estava em cartaz na peça “Monólogos da Vagina” e comecei a sentir uma dormência insistente no braço, como se tivesse dormido em cima dele. Me levaram para o hospital, onde fiz uma ressonância magnética e fui diagnosticada com esclerose múltipla.

Lu: Como está sendo a sua rotina durante a quarentena? Está conseguindo seguir com os exercícios em casa?

Cláudia: Sim, estou conseguindo. Faço bicicleta ergométrica, musculação, caligrafia, exercícios de equilíbrio, leitura, hidroginástica, exercícios de ortóptica para os olhos…

Lu: Há um provérbio árabe que diz: “adversidades são grandes oportunidades”. Como você costuma reagir aos obstáculos que aparecem no seu caminho?

Cláudia: Sou como a água em um rio, que contorna os obstáculos e segue adiante.

Lu: Como é a sua relação com a fé e a religião?

Cláudia: A fé pra mim é tudo! Jesus Cristo sempre na frente, pois com Ele na frente, tudo dá certo. É preciso acreditar e confiar em Deus.

Lu: Quais são os seus planos profissionais após a quarentena?

Cláudia: Quero muito voltar a fazer peças, como “O Menino Repolho” e “Esse Alguém Maravilhoso Que Eu Amei”. São peças que eu já fiz antes e quero reestrear.

Lu: Uma frase

Cláudia: Tenha fé, confie em Deus que tudo dará certo.

Lu: Um lugar

Cláudia: Rio de Janeiro.

Lu: Uma música que a faz sorrir

Cláudia: “Fico assim sem você”, Claudinho e Buchecha.

Lu: Uma mania

Cláudia: Falo sem parar.

Lu: Um sonho

Cláudia: Viajar pra Disney e ser fluente em vários idiomas.

Lu: Um medo

Cláudia: Não tenho medo de nada.

Lu: Claudia Rodrigues por Claudia Rodrigues.

Cláudia: Eu sou baixinha, e, como toda mulher, sempre querendo emagrecer. Sou vaidosa, sou Gêmeos com ascendente em Gêmeos e  lua em câncer, por isso sou emotiva, choro à toa.  Por outro lado, sou bem realista e gosto de dar força a quem precisa e principalmente para quem tem uma doença como a minha.

Lu: Antes de concluir, há algo que gostaria de abordar? alguma mensagem a deixar?

Cláudia: Aos meus “Claudifãs”, um beijo e um abraço que eu não posso dar, mas sintam-se abraçados por mim! olhem pra baixo que vocês vão me ver! fiquem com Deus e que Ele abençõe e guarde vocês nessa pandemia. Fiquem em casa, usem máscara e álcool em gel! se cuidem e obrigada pelo carinho de sempre!

Lu: Claudinha, muito obrigada por participar da Nossa Janela. Um beijo com todo meu carinho.

Lu Leal

Formada em Comunicação Social, atuou na produção do Programa “A Bahia Que a Gente Gosta”, da Record Bahia, foi apresentadora da TV Salvador e hoje mergulha de cabeça no universo da cultura nordestina como produtora de Del Feliz, artista que leva as riquezas e diversidade do Nordeste para o mundo e de Jairo Barboza, voz influente na preservação e evolução da rica herança musical do Brasil. Baiana, intensa, inquieta e sensível, Lu adora aqueles finais clichês que nos fazem sorrir. Valoriza mais o “ser” do que o “ter”. Deixa qualquer programa para ver o pôr do sol ou apreciar a lua. Não consegue viver sem cachorro e chocolate. Ama música e define a sua vida como uma constante trilha sonora. Ávida por novos desafios, está sempre pronta para mudar. Essa é Lu Leal, uma escorpiana que adora viagens, livros e teatro. Paixões essas, que rendem excelentes pautas. Siga @lulealnews

6 Comments

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    Luis Mousinho
    18 de março de 2021 at 14:12 Reply

    Que entrevista maravilhosa! Claudinha é uma guerreira, tenho orgulho de ser um Claudifã! Parabéns pela entrevista, Lu. Amei!

    1. Avatar
      Suzana Purificação
      18 de março de 2021 at 20:38 Reply

      Parabéns pela entrevista Lu.
      Claudinha é um exemplo de fé e resiliência.
      Estrela que brilha no palco da vida.

  2. Avatar
    Mag Flausino
    18 de março de 2021 at 20:16 Reply

    Adoro a Claudia, ela é uma atriz muito talentosa.
    Espero que ela fique cada dia melhor para retornar a alegrar as pessoas com o seu bom humor.

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    Denize Oliveira
    19 de março de 2021 at 18:00 Reply

    Que delícia de entrevista! Eu adoro Cláudia Rodrigues! Ela é uma GANDE atriz e uma guerreira! Amei! A entrevistadora é show!

  4. Avatar
    Luciana Andrade
    21 de março de 2021 at 22:45 Reply

    Muito bom esse bate-papo Lu. Eu amei! Claudia é um exemplo de força, fé e determinação!
    ♥️

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    Dalia
    7 de abril de 2021 at 23:44 Reply

    Perfeita entrevista de Claudia Rodrigues! arrasou, Lu!

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